Os conservadores da CDU venceram as legislativas deste domingo na Alemanha, seguidos da extrema-direita da Alternativa para a Alemanha, AfD, que obteve uma votação recorde. Os democratas-cristãos terão chegado a uma posição próxima da fasquia dos 30%, enquanto a AfD ficou perto dos 20% – com os social-democratas do SPD a ficarem em terceiro lugar (16%, naquele que é um dos seus piores resultados de sempre). Na sua primeira intervenção como vencedor, o líder da CDU, Friedrich Merz, disse que vai rapidamente procurar uma coligação que tome posse o mais depressa possível. Não foi explícito em relação a que partido vai convidar para a referida coligação, mas, segundo todos os analistas, não pode ser outro senão o SPD.
“Vencemos estas eleições numa noite histórica para nós”, afirmou o presidente da CDU no seu discurso de vitória. O líder democrata-cristão considerou ainda que “foi uma campanha muito dura, mas disputada de forma correta”, com um debate vivo. “Vamos o mais depressa possível apresentar uma coligação que governe” de forma estável, disse ainda Merz – que prometeu não demorar excessivamente em encontrar essa mesma coligação. “O mundo não espera por nós”, disse, para explicar que desta vez não é boa política demorar demasiado tempo a ter um governo pronto para relançar o país. A confirmarem-se os resultados das projeções, a CDU sobe 4,3 pontos percentuais em relação às eleições de 2021.
Já Olaf Scholz admitiu a derrota – para de seguida agradecer a todos os social-democratas. “Temos um mau resultado, e eu assumo a responsabilidade. Dou os parabéns a Merz e desejo-lhe boa sorte. A votação no AfD é uma coisa com que nunca vou contentar-me”, disse ainda, para aconselhar todos os partidos a não pactuarem com o partido. Scholz falou ainda da Ucrânia e lembrou que “o governo que liderei na Alemanha esteve sempre ao seu lado. Foi uma honra ter sido chanceler da Alemanha”. “Agora será outro a tentar encontrar uma maneira de formar governo”. Os social-democratas perdem 9,4 pontos em relação a 2021.
Por seu lado, a líder da extrema-direita alemã, Alice Weidel, saudou o “resultado histórico” do seu partido, a AfD, nas eleições legislativas. “Nunca fomos tão fortes a nível nacional”, disse, falando na sede do partido em Berlim. Nas projeções à boca das urnas, os extremistas de direita – cujo partido fundaram em 2013 – sobem 9,7 pontos em relação aos pouco mais de 10% que obtiveram em 2021.
A confirmarem-se os resultados, o Die Linke (8,5%, face aos face aos 5% de há quatro anos) assume a liderança da esquerda e fica bem acima do BSW, que tem projeções de apenas 4,7%. Entretanto, os liberais do FDP também estão no limiar da entrada para o Parlamento: as projeções atribuem-lhe 4,9%. Destaque também para os Verdes, que têm projeções da ordem dos 13,5% – depois de há poucas semanas terem passado por uma fase em que chegaram a estar próximos da barreira dos 10%.
Pelas projeções – numa altura em que a contagem dos votos ainda não está fechada – a CDU-VSU poderá fechar a noite com 187 lugares no Parlamento – que, ao contrário do que era costume, terá 630 lugares fixos – com a AfD a assumir 131 lugares, o SPD 106, os Verdes 81, o Die Linke 58, o FDP 33, e o BSW igualmente 33. Os social-democratas perderam cem deputados.
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