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Alemanha. Inflação volta a subir em junho após três meses de recuo

Em termos mensais, os preços na Alemanha aumentaram 0,3% em junho sendo que os alimentos continuam a ser um fator de desequilíbrio neste indicador.
11 Julho 2023, 07h55

A inflação na Alemanha, indicador baseado no índice de preços ao consumo (IPC), aumentou 0,3% em junho para 6,4% após três meses consecutivos de recuo, de acordo com os dados publicados pela Destatis, o INE alemão.

“A taxa de inflação voltou a aumentar ligeiramente após três meses de recuo”, admitiu a presidente da Destatis em nota oficial conhecida esta terça-feira.

Em termos mensais, o IPC alemão aumentou 0,3% em junho sendo que o preço dos alimentos continuam a ser um fator de desequilíbrio neste indicador. “A alimentação continua a ser o principal motor da inflação. Também há um efeito de base devido às medidas de alívio do Governo Federal de 2022 (transportes públicos mais baratos e descontos nos combustíveis) que acaba por estimular a inflação”, explica esta especialista.

Os preços dos produtos energéticos aumentaram 3,0% em termos homólogos em junho, contra 2,6% em maio.

O aumento abaixo da média dos preços da energia desde março passado deve-se principalmente a um efeito de base do ano anterior, quando se verificaram aumentos significativos de preços devido à guerra da Rússia na Ucrânia.

Ao mesmo tempo, a atual evolução dos preços da energia é caracterizada por outros fatores, como a evolução descendente dos preços nas fases económicas anteriores.

Além disso, as medidas do terceiro pacote de ajuda do Governo, como as restrições de preços da eletricidade, do gás natural e do aquecimento urbano, também contribuíram para esta evolução dos preços da energia.

Entre junho de 2022 e 2023, os preços dos combustíveis sólidos e do gás natural aumentaram de forma particularmente acentuada – 26,6% e 20,8%, respetivamente –, enquanto os preços da eletricidade – 10,5% – e do aquecimento urbano – 9,3% – também aumentaram acima da média.

Em contrapartida, os produtos petrolíferos – 12,8% -, o óleo de aquecimento leve – 36,5% – e também os combustíveis – 10,4% – tornaram-se consideravelmente mais baratos, apesar da redução de preços do ano passado.

Os produtos alimentares aumentaram 13,7% em junho, em termos homólogos, contra 14,9% em maio, e continuam a ser o principal fator de aumento dos preços.

Registaram-se novamente aumentos em todos os grupos de alimentos e, em especial, nos produtos lácteos e ovos – mais 22,3% -, no açúcar, compotas, mel e outros doces – mais 19,4% -, nos produtos hortícolas – mais 18,8% -, no peixe, produtos da pesca e marisco – mais 18,5% -, e no pão e produtos à base de cereais – mais 18,3% -, enquanto as gorduras e óleos diminuíram 12,1%.

A inflação subjacente, que não tem em conta o impacto dos produtos alimentares e da energia, situou-se em 5,8% em junho, contra 5,4% em maio e 5,8% em abril e março.

Excluindo o impacto da energia, a taxa de inflação ter-se-ia situado em 6,7% em junho.

Os preços das mercadorias no seu conjunto registaram um aumento anual de 7,3%, com uma subida particularmente forte de 8,8% para os bens de consumo, enquanto os bens de consumo duradouros aumentaram 5,2%.

Os preços dos serviços no seu conjunto subiram 5,3% em termos homólogos, incluindo as rendas líquidas, que aumentaram 2,0%.

O IPC harmonizado da Alemanha, que é calculado de acordo com os critérios da UE, situou-se em 6,8% em junho e 0,4% em relação ao mês anterior.

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