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Alemanha. SPD apresenta esta tarde o novo governo

Mais cedo que o previsto: o novo elenco devia estar pronto apenas em dezembro. A antecipação só pode querer dizer que as negociações foram mais fáceis que o previsto. Como é costume na Alemanha, não há surpresas na atribuição das pastas.
  • Clemens Bilan/EPA via Lusa
24 Novembro 2021, 13h21

Seis dias antes do início do prazo previsto, dezembro, a coligação social-democrata, verde e liberal vai apresentar esta tarde o novo governo alemão, segundo avança a imprensa germânica. Oficialmente, ainda não existe uma lista dos gabinetes que cada uma das três formações vai assumir, mas alguns já são conhecidos.

Assim, para além da chancelaria, os social-democratas do SPD devem ainda liderar a Defesa, Construção e Habitação, Trabalho e Assuntos Sociais, Saúde e Cooperação Económica; os Verdes ficam com a Economia e Clima; Negócios Estrangeiros, Família, Agricultura e Meio Ambiente; finalmente os liberais do FDP assumem as Finanças, Justiça, Transportes e Educação e Investigação.

Fica assim claro que os liberais – que insistiram sempre que queriam as Finaças na sua posse, o que conseguiram – terão um papel mais ‘caseiro’, enquanto os Verdes estão mais voltados para o exterior.

Isto pode querer dizer que a política externa da Alemanha tenderá a ser mais esquerdista, o que colocará algum embaraço às futuras relações com os países do leste da Europa. Sendo essa uma zona onde o comércio com a Alemanha é crucial em termos económicos, as autocracias que por ali se vão formando podem ter de rever as suas orientações.

Do ponto de vista interno, os alemães ficam à mercê do liberalismo do FDP – mas, de algum modo, com o SPD a ter o controlo da pasta do Trabalho, isso por certo servirá de compensação pelo facto de as Finanças não estarem na sua posse. Uma incógnita evidente é o que fará o FDP, a partir das Finanças, no que tem a ver com a Zona Euro. A presença de um liberal a lembrar Wolfgang Schauble, o célebre ministro das Finanças da crise de 2008, pode não ser uma boa notícia para os países que ainda não se quiseram comprometer com o controlo orçamental a que a pós-pandemia vai voltar a obrigar.

Em termos de lideranças dos três partidos, Olaf Scholz (SPD) será o chanceles, os Verdes, liderados por Annalena Baerbock terão a pasta dos Negócios Estrangeiros e o liberal Christian Lindner estará à frente das Finanças.

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