A sustentabilidade, nas suas diversas abordagens, económica, social e ambiental, é uma responsabilidade das políticas públicas. A proteção ambiental é uma responsabilidade da qual cada um de nós não se pode nem deve demitir. É uma obrigação de todos. O alerta da ONU desta semana não pode ser ignorado.

Neste sentido, para além desta consciência ambiental que deve prevalecer individualmente em cada cidadão, torna-se cada vez mais premente apostar em políticas públicas que reforcem uma nova economia verde, criando condições para que as nossas agitadas vidas quotidianas decorram de mãos dadas com o ambiente. Pessoas e Natureza devem ter uma relação cada vez mais intrínseca.

As alterações climáticas são um indício de que há algo urgente que tem que ser feito. No sexto relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações divulgado esta segunda-feira, os cientistas preveem que a temperatura global subirá 2,7 graus Celsius em 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de gases com efeito de estufa. “Um alerta vermelho para a Humanidade”, citando o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, que acrescenta que “se unirmos forças agora, podemos evitar a catástrofe climática”, não havendo outro mundo para vivermos se não este.

O alerta da ONU reforça a necessidade de o Governo ter como prioridade estratégica a neutralidade carbónica em 2050, um compromisso já assumido desde 2016 e um caminho que tem que ser feito com consistência, através de medidas que incluam uma maior eficiência energética e energia renovável, um investimento na economia circular, no uso eficiente da água e na mobilidade sustentável e ainda reformar a floresta e liderar a agenda dos Oceanos.

Neste sentido, no âmbito da Transição Climática, aponta-se para um investimento de 715 milhões que possibilitem a Descarbonização da Indústria e 304 milhões para promover e apoiar financeiramente a iniciativa da indústria nacional para uma atuação pluridimensional no plano ambiental, nomeadamente para implementação de processos e tecnologias de baixo carbono na indústria e a incorporação de fonte de energia renovável e armazenamento de energia.

Do ponto de vista das instituições financeiras, destaco ainda o Compromisso do Banco de Portugal para a Sustentabilidade e o Financiamento Sustentável, tendo aderido ao “Compromisso Lisboa Capital Verde 2020”, no âmbito do qual assumiu a responsabilidade de implementar, até 2030, dez ações em áreas-chave para o combate às alterações climáticas.

Estou certo que todos juntos, unidos pela sustentabilidade do Planeta, conseguiremos dar a volta ao ameaçador paradigma atual, não adiando mais o futuro.