Os trabalhadores da Altice em Portugal querem ver esclarecido o processo negocial sobre uma eventual venda da empresa. Através de um comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal (STPT) exige uma “comunicação clara e transparente” por parte dos responsáveis da gestão do Comité Executivo (COMEX).
“Quando uma empresa é vendida é comum os trabalhadores experimentarem incertezas sobre o futuro do seu emprego e posto de trabalho. É pois fundamental que os responsáveis pela gestão da COMEX, comuniquem de maneira clara e transparente com os trabalhadores, dando a conhecer quais os planos para o futuro da Altice Portugal”, pode ler-se no documento.
No mesmo comunicado, o STPT considera que a possível venda a um Fundo de Investimento “cria o risco imediato de reestruturações e de demissões de trabalhadores”.
Face a todo o cenário que a empresa atravessa o sindicato pediu a presença da CEO da Altice em Portugal, Ana Figueiredo, na mesa de negociações no sentido de clarificar esta questão. “A Dr.ª Ana Figueiredo acompanhou este ano o Sr. Patrick Draghi, principal dono do Grupo Altice, no ‘esclarecimento e apaziguamento’ das preocupações dos obrigacionistas e accionistas quanto à redução da dívida que se aproxima dos 60 mil milhões de euros. É determinante este esclarecimento! O nosso procedimento e desenvolvimento negocial dependem dele”, indica o comunicado.
A quinta sessão de negociações decorreu na semana passada, sendo que da proposta da Comissão Executiva as posições negociais apresentadas nesta reunião foram as seguintes:
Subsídio de refeição e subsídio especial de refeição 9,60 euros; 200 Movimentos de evolução profissional (promoções e progressões); “pacote de comunicações” gratuito em 2024 e 2025; compromisso de analisar matéria de carreiras profissionais e critérios de actualização salarial, tendo esta por base o EBITDA-CAPEX em linha com o proposto pelo STPT (matéria a protocolar se houver acordo final); tabela salarial 1,5% (igual à proposta inicial); teletrabalho matéria para a qual o STPT apresenta proposta bastante completa a integrar o texto do Acordo nomeadamente um valor de compensação de despesas adicionais de 1,5 euros por dia.
Face a tudo isto, aponta a STPT que a Comissão Executiva considera que respeita a lei e que “os trabalhadores nesta situação estão devidamente compensados, já que os instrumentos de trabalho, como o computador, o acesso gratuito à internet e ainda a possibilidade de aderirem à Meo Energia com custos reduzidos são perfeitamente compensadores, porque atribuídos pela empresa”.
Como tal, e tendo em conta as circunstâncias, a STPT entende que está “longe a possibilidade de entendimento com a proposta com a Comissão Executiva e o fecho de um possível acordo”, recordando que a próxima reunião está marcada para o dia 5 de janeiro.
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