Ao todo, são oito os projetos do arquiteto a integrar a candidatura intitulada “Obras de Arquitetura de Álvaro Siza em Portugal”, numa lista indicativa a Património Mundial da UNESCO.
A candidatura foi apresentada no dia 13 de abril pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), reunindo um total de oito projetos: o Museu de Serralves, o Bairro da Bouça; o Edifício da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto; a Casa de Chá da Boa Nova e a Piscina das Marés, ambas no concelho de Matosinhos; a Igreja do Marco de Canaveses; a Casa Alves Costa, em Caminha; e o Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa.
A justificação apresentada pelo diretor da FAUP, João Pedro Xavier, deve-se ao facto de a maior parte dos edifícios, entre habitação privada e social, assim como equipamentos diversos, “já ser património”, bem como pela “variedade tipológica ou funcional dos edifícios propostos”.
A candidatura está a ser coordenada pela FAUP desde 2021 e foi preparada tendo em conta as extensões futuras, i.e., abarcando não só as que já figuram na lista indicativa, como o bairro da Malagueira em Évora e o Chiado em Lisboa, entre outras obras relevantes em Portugal, como também no estrangeiro. A candidatura é apoiada pela Universidade do Porto, Universidade de Lisboa, Câmara Municipal do Porto, Câmara Municipal de Matosinhos, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal de Marco de Canaveses, Câmara Municipal de Caminha e a Fundação de Serralves.
Teresa Cunha Ferreira é a coordenadora executiva no âmbito da Cátedra UNESCO “Património Cidades e Paisagens. Gestão Sustentável, Conservação, Planeamento e Projeto”. A equipa de trabalho integra os docentes e investigadores Ana Tostões, Carlos Machado, José Miguel Rodrigues e Rui Fernandes Póvoas; e os consultores Bénédicte Gandini, Jörg Haspel, Špela Spanžel, Mariana Correia, Soraya Genin, Nuno Ribeiro Lopes, José Aguiar, Xavier Romão, Isabel Breda Vásquez, Isabel Coimbra. O trabalho diplomático está a ser coordenado pelo embaixador José Filipe Morais Cabral, presidente da Comissão Nacional da UNESCO.
Recorde-se que Álvaro Siza nasceu em 1933, em Matosinhos, tendo iniciado a sua vida profissional em 1955, depois de se ter formado na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. O seu talento artístico foi reconhecido mais rapidamente no estrangeiro do que em Portugal, em particular com a atribuição de obras como a recuperação do bairro judeu de Veneza e do bairro Kreuzberg, em Berlim.
Além das obras incluídas na candidatura, foi ainda responsável pela proposta do Pavilhão de Portugal da EXPO’98, assim como convidado pelo Papa João Paulo II para o projeto de uma igreja no Vaticano. Paralelamente a estas obras mais prestigiadas, Siza Vieira desenvolveu, no pós-25 de Abril, uma ação a nível da habitação social, designadamente no Porto, liderando intervenções que visavam integrar zonas degradadas na vivência arquitetónico-paisagística da cidade.
Aos prémios atribuídos, em 1988, pelas fundações Alvar Aalto e Mies van der Rohe, somou-se o Nobel da arquitetura, em 1992: o Prémio Pritzker da Fundação Hyatt, de Chicago. Entre muitos outros que lhe têm sido concedidos, enquanto expressão maior da chegada de Siza Vieira ao “topo” da arquitetura mundial.
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