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Amal Clooney denuncia que ataques de Trump estão a tornar jornalistas “mais vulneráveis a abusos”

A advogada deixou fortes críticas à retórica do presidente norte-americano contra os jornalistas.
11 Julho 2019, 12h16

A advogada Amal Clooney criticou os ataques que Donald Trump tem dirigido à imprensa. De acordo com a ativista, o presidente dos Estados Unidos da América encorajou vários indivíduos a perseguir jornalistas, noticia o ‘The Guardian’.

“O país de James Madison [quarto presidente dos EUA], hoje tem um líder que está a vilificar a imprensa, tornando os jornalistas honestos mais vulneráveis a abusos”, afirmou Amal Clooney, referindo-se ao presidente que assegurou a liberdade de expressão na Constituição norte-americana.

As críticas de Amal Clooney, casada com o ator George Clooney, foram subscritas por Jeremy Hunt, secretário das Negócios Estrangeiros britânico e candidato à liderança do Partido Conservador.

Ao lado da advogada, o eventual futuro primeiro-ministro britânico criticou Trump por acusar os jornalistas de serem “os inimigos do povo”.

“Eu não usaria a linguagem do Presidente Trump, não concordo com isso”, afirmou Jeremy Hunt, acrescentando que “temos de nos lembrar que o que dizemos pode ter impacto em outros países onde a liberdade de imprensa não existe”.

Amal Clooney e Jeremy Hunt discursaram em Londres numa conferência sobre liberdade de imprensa.

Hunt assumiu a vontade do evento Global Conference for Media Freedom se tornar anual e anunciou o financiamento extra de 600 mil libras (667,5 mil euros) anuais para fornecer apoio e treino a jornalistas mundiais.

“A liberdade de imprensa não é um valor ocidental, mas um valor universal. Liberta uma sociedade do abuso de poder”, sustentou Jeremy Hunt.

Na rede social Twitter, Jeremy Hunt partilhou uma fotografia do evento e sublinhou que “a liberdade de imprensa é fundamental para o progresso de uma sociedade”.

O evento também abordou questões como a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi. O Reino Unido continua a manter relações estreitas com governos como o da Arábia Saudita, acusado de estar implicado no assassinato brutal do jornalista Jamal Khashoggi.”Temos de ser honestos e temos imensas prioridades”, admitiu Hunt.

“É o nosso trabalho criar emprego para as pessoas e proteger a segurança. A forma como se alcança resultados é diferente em todos os países. Em alguns, é correto chamar a atenção em público, enquanto em outros é através de contactos privados”, revelou Jeremy Hunt, acrescentando que “o importante é fazer alguma coisa”.

Jeremy Hunt defendeu que a imprensa livre levou a melhores governos e defendeu o direito da imprensa em divulgar as mensagens que levaram à saída do embaixador britânico nos EUA, Kim Darroch, embora assuma que deplora a divulgação. “Defendo, ao máximo, o direito da imprensa em publicar as informações quando as recebem”, afirmou o governante.

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