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Ana Gomes: “Afetos do professor Marcelo foram úteis para desanuviar do estilo múmia paralítica”

Candidata presidencial foi a primeira convidada de Ricardo Araújo Pereira no regresso do programa “Isto é Gozar com quem Trabalha”. Mais interessada em atacar “quem se aproveita dos clubes de futebol para lavar dinheiro” do que António Costa, Ana Gomes revelou que só deixa o espaço de comentário da SIC Notícias após formalizar a candidatura.
Ana Gomes e RIcardo Araújo Pereira
20 Setembro 2020, 23h20

A candidata presidencial Ana Gomes disse ao humorista Ricardo Araújo Pereira que os “afetos do professor Marcelo foram úteis para desanuviar do estilo múmia paralítica”, sem esclarecer (e sem que tal lhe tenha sido perguntado) se estava a referir-se a Cavaco Silva, antecessor de Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República. Na primeira emissão da nova série do programa “Isto é Gozar com quem Trabalha”, transmitido neste domingo pela SIC, a antiga eurodeputada socialista anunciou ainda que irá seguir o exemplo deixado pelo atual Chefe de Estado há cinco anos, mantendo o seu espaço de comentário político semanal na SIC Notícias até formalizar oficialmente a candidatura.

Quanto a António Costa, de quem disse que “merece estar no quadro de honra pela forma como tem gerido o país durante esta crise”, Ana Gomes preferiu não comentar a falta de apoio à sua candidatura. Mas após Ricardo Araújo Pereira ter referido nomes de dirigentes e deputados socialistas que recusam votar em si, como Carlos César, José Luís Carneiro e Isabel Moreira, a candidata disse que “muitos e bons camaradas do PS me têm feito chegar o seu encorajamento”, e apontou a mira a outros segmentos do eleitorado. “Quero apoio de gente de todos os partidos e de todos os quadrantes democráticos que querem limpar o país”, disse.

Face à provocação inicial de Ricardo Araújo Pereira, que a apresentou como alguém com um “discurso inflamado”, que “bate muito na corrupção” e que “diz que Marcelo Rebelo de Sousa é o candidato do regime”, perguntando-lhe “se está a tentar convencer André Ventura a votar em si”, Ana Gomes respondeu que não quer “aventuras fascistas”, pretendendo “defender a democracia” e “limpar o sistema”. Mais tarde, recordando que conhece o Palácio de Belém do tempo em que foi assessora diplomática de Ramalho Eanes, disse que “os palácios precisam de ser limpos e arejados e há louça que não é para ser varrida para debaixo do tapete e sim para ir para o caixote do lixo”.

Também houve referências do entrevistador aos “ataques ao Benfica”, tendo a candidata presidencial – antes de revelar o uniforme de patinadora do clube que usou na juventude – declarado que, na realidade, tem atacado quem se serve do clube “para fazer negócios escuros à custa de todos os contribuintes”. E elogiou o “extraordinário serviço público” do hacker Rui Pinto por “denunciar a corrupção e a criminalidade de quem se aproveita dos clubes de futebol para lavar dinheiro”.

Horas depois de ter estado no primetime da SIC no “Isto é Gozar com quem Trabalha”, Ana Gomes retomou o espaço de comentário semanal na SIC Notícias, abordando temas como a evolução da pandemia de Covid-19 em Portugal ou o plano “interessante” de António Costa Silva para o relançamento da economia portuguesa, considerando que seria preferível “uma equipa multidisciplinar”. E ainda a ‘Operação Lex’ e as reservas quanto à construção do novo aeroporto de Lisboa no Montijo.

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