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Ana Gomes: “Se eu não tivesse estado nesta disputa estaríamos hoje a lamentar ainda mais progressão da extrema-direita”

A ex-diplomata admitiu não ter conseguido cumprir o objetivo de chegar a uma segunda volta, mas deixou críticas ao PS. “Espero que os militantes a ajudem a refletir profundamente e a retirar consequências da sua atuação”, afirmou.
  • Tiago Petinga/Lusa
24 Janeiro 2021, 23h39

Ana Gomes admitiu a derrota, mas argumentou que no caso de não ter avançado “estaríamos hoje a lamentar ainda mais progressão da extrema-direita”. Na reação aos resultados da noite eleitoral, Ana Gomes não deixou cair as críticas ao PS, cuja direção diz esperar que os eleitores ajudem a refletir.

“Não consegui o objetivo de levar a uma segunda volta nestas eleições e a responsabilidade de falhar esse objetivo é só minha. Assumo-a. Mas cumpri o meu objetivo central, o meu objetivo patriótico: representar o campo dos democratas e progressistas europeístas e impedir que a ultra-direita ascendesse a uma posição de possível alternativa. Se eu não tivesse estado nesta disputa estaríamos hoje a lamentar ainda mais progressão da extrema-direita”, afirmou a ex-diplomata, que felicitou Marcelo Rebelo de Sousa pela reeleição.

Ana Gomes, que agradeceu o apoio ao PAN e ao Livre, deixou vários recados ao PS. Primeiro, assinalou que “a minha candidatura fez-se desde a primeira hora do empenhamento de milhares de socialistas”, com “especial destaque para os membros do governo e autarcas que deram a cara e estiveram ao meu lado”, depois ao salientar que a abstenção não pode ser apenas atribuída à pandemia, argumentou que “houve quem quisesse desvalorizar estas eleições presidenciais e não tivesse cuidado sequer de assegurar que eram facultados meios alternativos de voto a quem está retido em casa obrigado a confinar e à maioria de milhão e meio na diáspora que indignamente se viram assim impedidos de votar”.

“Apesar disso, a afluência às urnas mostrou que a abstenção terá diminuído em termos reais. Isso que dizer que estas eleições demonstraram interessar à maior parte dos portugueses, não obstante haver um previsível vencedor à partida”, vincou.

Lamentou, assim, “profundamente a não comparência a estas eleições por parte do meu partido, o PS, que assim contribuiu para dar a vitória ao candidato da direita democrática”, deixando um recado final: “quanto à direção do PS. Espero que os militantes a ajudem a refletir profundamente e a retirar consequências da sua atuação”.

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