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Ana Taveira da Fonseca: “Há áreas em que há sempre muita procura de juristas”

Esta terça-feira, dia em que arranca a 20ª edição do JobShop’22, Ana Taveira da Fonseca, Diretora da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, explica aos JE os requisitos, as especializações e as remunerações de uma carreira no Direito.
22 Novembro 2022, 06h50

A Faculdade de Direito da Católica abre as suas portas esta terça e quarta-feira, 22 e 23 de novembro, à 20.ª edição do JobShop’22. O evento, pioneiro e um dos maiores do género em Portugal, regressa ao formato presencial, depois de dois anos em formato 100% digital, e conta com a participação de 61 entidades ligadas à área do Direito.

Organizado exclusivamente para alunos de licenciatura, mestrado e LL.M da Faculdade, o JobShop tem como principal novidade a Webapp JobShop, uma ferramenta de apoio virtual que permite a alunos e recrutadores acompanhar todas as atividades de forma prática e interativa.

“O exercício das profissões jurídicas num mundo em mudança” e “Work-life Balance” são os dois temas que irão conduzir o debate das mesas redondas nesta edição. Aqui, os estudantes de Direito poderão vestir o papel de entrevistadores numa abordagem informal. Paralelamente às mesas redondas, os mais de 400 alunos esperados na iniciativa terão acesso ao recruiting lounge, um espaço onde estão presentes as entidades participantes, nomeadamente sociedades de advogados, consultoras, entidades reguladoras e outras entidades de prestígio, oferecendo um espaço privilegiado de contacto e de conhecimento entre os alunos e os seus potenciais recrutadores.

Ana Taveira da Fonseca, Diretora da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, explica aos Jornal Económico os requisitos, as especializações e as remunerações de uma carreira no Direito.

Quais são os requisitos para uma carreira bem-sucedida no Direito?
Em primeiro lugar, o jurista deve inicialmente receber, na Universidade, uma formação de base muito sólida. Isso implica adquirir conhecimentos consistentes e, num mundo globalizado, esse conhecimento não pode cingir-se às traves-mestras do ordenamento jurídico português. É, igualmente, importante que as Universidades criem um ambiente favorável para que os seus alunos se habituem a trabalhar com autonomia e a pensar criticamente. Em segundo lugar, é imprescindível que os juristas não se esqueçam que a formação – sobretudo a especializada – deve ser obtida ao longo de toda a sua vida profissional. Em terceiro lugar, os juristas devem ser trabalhadores e ter capacidade de inovar e de se adaptar aos mais variados desafios que terão de enfrentar ao longo da sua carreira. As profissões jurídicas não são compatíveis com a acomodação. Depois há requisitos que são próprios das diferentes carreiras. As competências que, pela natureza das funções, se exigem a um advogado são naturalmente distintas daquelas que deve ter um magistrado.

Quais são as especializações de que o mercado está sedento?
Aquilo que identificámos é uma grande procura de jovens juristas com conhecimentos de base sólidos. Sentimos que há mais procura do que oferta de recém-licenciados com vontade de trabalhar, um nível avançado de inglês e um currículo que revele uma boa formação de base. Os estagiários e advogados juniores com este perfil têm um mundo de oportunidades à sua espera. Esta necessidade de atrair talento não existe só em Portugal. Como, na Católica, nos podemos orgulhar de não nos limitarmos a formar juristas para trabalharem exclusivamente no nosso país, aquilo que assistimos hoje é a um número crescente dos nossos alumni a desenvolverem carreiras internacionais.
De acordo com os últimos dados do Portal Info cursos, a Escola de Lisboa da Faculdade de Direito da Católica continua a ter, em Portugal, o curso de Direito que apresenta a maior taxa de empregabilidade. 98,7% dos diplomados pela nossa Faculdade, entre os anos letivos 2016/17 e 2019/20, estão empregados. Independentemente deste fenómeno que se tem acentuado nos últimos anos, é evidente que há áreas em que há sempre muita procura de juristas. São aquelas em que apostamos nos nossos programas de mestrado orientados para o exercício profissional: o direito fiscal, o direito dos negócios, o contencioso e arbitragem, o direito do trabalho e o direito administrativo. Sentimos igualmente uma curiosidade crescente pela área do direito e tecnologia. Os nossos alunos já podem, na licenciatura, fazer um grande número de disciplinas optativas nesta área, que constitui um aperitivo do LL.M. que é oferecido pela Católica Global School of Law.

As remunerações são atrativas nessas especializações?
As sociedades de advogados, que são os maiores recrutadores dos nossos alunos, tendem a não diferenciar as remunerações em função da especialização de cada um dos advogados. A diferenciação, quando existe, faz-se mais em razão de outros fatores como a produtividade. Naturalmente que, em áreas em que há mais trabalho e menos juristas especializados, é mais fácil obter remunerações mais elevadas. Em qualquer dos casos, os jovens juristas têm, em média, remunerações mais elevadas do que a maioria dos recém-licenciados.

O JobShop’22 conta com o patrocínio da DCE Loving Brands e tem como parceiros a CCR Legal – Sociedade de Advogados, CMS Law, Cuatrecasas, DLA Piper, Gama Glória, Garrigues, GA_P, LEKTOU, Morais Leitão, PLMJ, PWC e VdA – Vieira de Almeida Sociedade de Advogados.

 

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