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And the winner is Belgium

A FIFA continua a ser uma super-lucrativa mafiosa multinacional, que organiza mundiais em países ditatoriais como a Rússia e o Qatar, governados por oligarquias rapinosas.
10 Julho 2018, 07h15

Hoje resolvi escrever sobre bola, o Campeonato do Mundo: a FIFA continua a ser uma super-lucrativa mafiosa multinacional, que organiza mundiais em países ditatoriais como a Rússia e o Qatar, governados por oligarquias rapinosas. Pensei que tivesse bastado o Argentina, 1978, mas não, os senhores do futebol não olham mesmo a meios para alcançar os fins, que mais do que promover o desporto-rei querem é encher os bolsos e distribuir alcavalas por uma miríade de corruptos, entre os quais muitos políticos, como sempre tem acontecido desde que Blatter tomou conta daquilo já bem antes do início do seu reinado, em 1998, mas também o que se esperaria de um suíço com um nome que, em inglês, dá bexiga…

Bem sei que o desporto sempre esteve associado à política e à corrupção e não é de agora, já assim era na antiguidade, mas não devia ser, supostamente, pelo menos como o desporto foi pintado, quer no discurso político, quer no social, pela ideia de “Paideia”, de “agon” e “ludens”; uma coisa é certa, precisamos sempre de heróis e os que mais depressa chegam às pessoas, são, os desportistas, com os futebolistas à cabeça, que o povo não quer saber do que realmente conta. Se já estava satisfeito por ter visto, em vida, o impossível: o meu país ter, finalmente, conseguido ganhar o segundo título mais importante do mundo em selecções, o Euro, que é um Mundial sem Argentina e Brasil, que a Copa América não conta, nem existe fase prévia de qualificação, vão os dez países mais dois do Centro e Norte da América, e não tinha grandes expectativas, continuo, porém, desiludido, por crer que vamos ter um campeão mundial que nunca o foi e podíamos sê-lo, não fosse a teimosia do Fernando Santos, não pelos 23 que levou, ainda que não tenha sabido renovar os centrais; só tiraria o Ricardo Pereira e teria levado o Cancelo, mas sim pelos erros que cometeu e que mostra o que há muito se sabe, seja no futebol, seja na política, ou em que for, todos se agarram ao que uma vez deu certo, por mais que se veja que a hora é outra, e o pior, tenho a certeza, é que ele não aprendeu nada…é sempre assim!

Não percebi ter tirado o Cédric da direita, quando defende muito melhor do que o Ricardo Pereira, basta ver como foram os dois golos uruguaios; não percebi a insistência no Gonçalo Guedes, quando se viu, jogo após jogo, que o gajo não estava a dar e que nos faltava sempre presença na área (a dupla André Silva/Ronaldo tinha rendido tanto golo no apuramento); não percebi só na segunda parte dos oitavos de final ter metido o Bernardo, no meio, a fazer jogo, insistindo em amarrá-lo à direita, como se fosse um extremo, quando não o é, para isso tinha o Quaresma e o Gélson Martins; não percebi a sua estratégia castradora, numa sufocante incapacidade em libertar a equipa, com medo de ter a bola, de fazer jogadas, de rematar, fazendo de nós vulgares jogadores, tão básicos como os insuportáveis comentadores portugueses, que só sabem falar em largura, profundidade, verticalidade, jogo interior, entre linhas e mais não sei o quê, vê-se logo que nunca jogaram à bola e, se jogaram, não eram certamente bons jogadores, que eu cá vejo é se os jogadores estão a jogar bem ou mal… Seguem-se a Taça das Nações e o Euro, que há que continuar com a alienação, que a vida não pode ser só obrigações e sacrifícios.

Entretanto, e para não dizer que nada foi positivo, gostei do civismo como os adeptos receberam, em Lisboa, os nossos perdedores, como o foram os 11 milhões ganhos pela FPF que permitem continuar o crescimento da Cidade do Futebol…  P.S. Aposto na Bélgica para ganhar o Mundial.

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