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André Ventura responde a Costa: “Conte comigo para denunciar os familiares que tem no Governo ou as negociatas com empresas amigas”

O líder do PS disse ontem que os socialistas não contam com o Chega “para nada”. O líder do novo partido que garantiu um lugar no Parlamento como deputado reagiu esta tarde: “Eu sei, Dr. António Costa. Mas conte comigo para denunciar os familiares que tem no Governo, o desemprego jovem ou as negociatas com as empresas amigas como as golas inflamáveis”.
7 Outubro 2019, 16h23

O líder do Chega, eleito deputado por Lisboa, já respondeu a António Costa que após confirmada a vitória do PS nas eleições legislativas com 36,65% dos votos (106 deputados) afirmou não contar ”para nada” com este novo partido com representação na Assembleia da República.

Num post no seu facebook, publicado esta tarde, André Ventura reage: “Eu sei, Dr. António Costa. Mas conte comigo para denunciar os familiares que tem no Governo, o desemprego jovem ou as negociatas com as empresas amigas como as golas inflamáveis . Conte comigo para lhe apontar o caminho para um país melhor”.

A reacção de André Ventura surge menos de 24 horas depois de o líder do PS ter sinalizado não ter dúvidas com quem pretende trabalhar e sobre quem será rejeitado. Após o discurso que congratulou-se com a vitória do PS neste domingo, 6 de Outubro, questionado sobre o recém-chegado Chega, o partido de André Ventura, Costa foi perentório: “Nós não contamos com o Chega para nada.”

Ontem, o líder socialista mostrou-se satisfeito com os resultados eleitorais que deram aos socialistas uma vitória de 36,65% (106 deputados)  em que, realçou António Costa, “o PS reforçou a posição política”, tornando-se no “único partido político que elege deputados em todos os círculos eleitorais do território” e que “ganhou mesmo em 15 dos 20 círculos eleitorais”.

Para António Costa o “quadro de parceiros com quem faz sentido trabalhar” está apresentado e o PS “tudo fará para que seja possível”. Contudo, ressalvou, “não são só os outros que têm cadernos de encargos, nós também temos” e alertou que os outros partidos – os parceiros da geringonça da última legislatura e o PAN – “têm mesmo de contribuir para a estabilidade política para os próximos quatro anos”, nomeadamente quem “fez campanha contra a maioria absoluta do PS” – uma referência clara ao Bloco de Esquerda.

Já o presidente do Chega que garantiu um resultado de 1,3% (66.442 votos), conseguindo ser eleito para o Parlamento, destacou o “feito histórico” do partido, “o mais votado dos partidos pequenos”, e rejeitou acordos para formar Governo.

Em declarações aos jornalistas, em Lisboa, André Ventura considerou que o Chega devolveu “a esperança a um país que não a tinha”, sublinhando que com “poucos meses [de existência” o partido “conseguiu um lugar na Assembleia da República”.

“O dr. António Costa escusa sequer de me contactar, porque não vale a pena”, reiterou André Ventura, acrescentando também que “está fora de questão” qualquer acordo com PSD e CDS.

Ventura sublinhou ainda que foi o partido pequeno mais votado, com apenas poucos meses de existência. E  afirmou que esta eleição para o Parlamento é mérito de um “país que pela primeira vez em 45 anos não teve medo de votar num partido verdadeiramente de direita”.

André Ventura disse ainda que “chega de corrupção”, e que os problemas que foram levantados não vão poder ser ignorados. Sublinhou que a mensagem do Chega chegou aos “quatro cantos de Portugal”, que não vai parar de crescer, e que daqui a oito anos vai ser o maior partido de Portugal.

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