O ministro do Turismo de Angola defendeu hoje o potencial turístico do país lusófono africano, destacando várias regiões como as mais promissoras, e deixando o convite aos investidores portugueses.
“Angola é um país com grande potencial turístico e encontramo-lo em quase todos os municípios”, disse hoje Márcio Daniel apontando que uma das principais âncoras é o corredor sul, Lubango e Namibe, “duas províncias que já tem potencial para serem capitais do turismo de Angola”.
Namibe tem o “deserto mais antigo do mundo, vida selvagem, a Baía dos Tigres, praias. Lubango tem uma natureza esplêndida”, afirmou num discuro transmitido em vídeo durante a conferência que celebra o 8º aniversário do Jornal Económico sob o tema Oito chaves para o futuro que decorreu hoje em Carcavelos.
Para atrair mais turistas para estas regiões, o governante disse estar em curso as certificações de aeroportos na Huíla e no Namibe para receberem voos internacionais.
O governante também destacou a província austral do Cuando Cubango, com destaque para a zona do rio Cubango – que conta com uma “natureza muito inexplorada” -, que separa Angola e Namíbia e depois vai desaguar no Botswana, no Delta do Cubango, o maior delta interior do mundo, não chegando a nenhum mar ou oceano, com a quase maioria da água a ser perdida.
O ministro também destacou o turismo de sol e mar, destacando o Cabo Ledo (120 km a sul de Luanda) e a ilha do Mussulo na capital para “tirar o máximo proveito de uma grande infraestrutura”, o aeroporto Agostinho Neto.
Na sua intervenção também sinalizou as quedas de água de Calandula, no Malanje, as segundas maiores de África.
Angola está “aberta ao turismo. Tem com Portugal uma relação muito consolidada de investimentos recíprocos. É uma oportunidade que se abre que devia ser essencialmente ocupada por investidores portugueses”.
“Muitos já tem cá presença. O turismo é um bom ativo de refúgio”, concluiu.
Também presente neste painel – dedicado à Lusofonia & Negócios Um espaço comum, um grande mercado, um objectivo longínquo? – esteve Eliana Medeiros, vice-presidente da CPLP que destacou que existem várias “realidades diferentes” dentro da organização. “Temos países em continentes diferentes, integrados em mercados distintos que nem sempre têm agendas integradas. A CPLP pode ter aí um impacto mais positivo”. Sublinhou também que a organização já conta com 28 países observadores, incluindo o Qatar, Senegal ou EUA, que já revelaram interesses de investimento nestes mercado. “Já estão a participar de forma dinâmica em atividades empresariais. Este exemplo demonstra que algo está a acontecer e a avançar”.
Por sua vez, Bernardo Maciel, CEO da consultora Yunit, apontou para as oportunidades que podem surgir num pequeno mercado, como o da Guiné-Bissau, um país lusófono mas que está integrado na Comunidade Financeira Africana (CFA), que conta com uma moeda comum (franco CFA) e um “conjunto de regras de mercado único”.
“Qualquer empresa no contexto da CPLP pode aproveitar para abrir mais uma porta” na Guiné-Bissau e passar a ter acesso a este mercado na África ocidental.
Em relação ao investimento estrangeiro em África, o consultor considera que tem havido uma “lógica muito imediatista”, defendendo antes uma “lógica mais estrutural de curto e médio prazo”.
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