Ângelo Gama, CEO da Angola Cables, multinacional angolana de telecomunicações, revelou esta terça-feira que a empresa está à beira de conseguir mais uma vitória: vender o primeiro software desenvolvido em Angola.
Veja na íntegra o debate no painel sobre os sectores que potenciam e apoiam o desenvolvimento em Angola na conferência “Doing Business Angola”:
“Estamos quase, quase, quase, a fazer a nossa primeira venda de um software desenvolvido por Angola para uma multinacional, neste caso americana”, afirmou o gestor ao intervir no painel “Sectores que apoiam e potenciam o desenvolvimento” na conferência “Doing Business Angola”, que decorreu no Hotel Ritz, em Lisboa.
Criada em 2009 com o objetivo de “transformar Angola num dos principais eixos africanos de telecomunicações” pelas principais operadoras do país nessa altura, a Angola Cables tem como principal acionista a Angola Telecom.
A empresa é responsável por 100% das comunicações internacionais de Angola e está em mais de 20 países com pontos de presença desde Singapura a Los Angeles. “Devemos ser a mais internacional das empresas angolas”, salientou Ângelo Gama.
Acrescentou: “Estamos gradualmente a transformar-nos num Digital Service Provider (DSP)”.
A Angola Cables liderou o consórcio responsável pela instalação de um cabo submarino de fibra ótica ligando Angola ao Brasil e depois aos Estados Unidos. Tem 90% da sua infraestrutura está fora de Angola.
Os desafios têm-se sucedido, mas têm sido ultrapassados, afirmou o CEO. Durante a pandemia da Covid-19 foi obrigada a duplicar a capacidade da rede, que se manteve com o teletrabalho. “Mesmo durante a crise de entrega de equipamentos conseguimos fazer face às necessidades do mercado”.
O gestor contou que desde que há quatro anos lidera a empresa já viu os cabos submarinos que ligam a capital Luanda à cidade brasileira de Fortaleza serem cortados pela mãe natureza três vezes, e a resposta foi sempre a mesma: “conseguimos garantir as comunicações no país”.
“Temos crescido todos os anos. Temos crescido a uma taxa de mais ou menos 20% ao ano quer em termos da capilaridade da rede quer em termos da transmissão. Isso requer investimento”, explicou. Concluiu com um elogio à qualidade do pessoal técnico e dos engenheiros angolanos.
A conferência “Doing Business Angola” é uma organização do Jornal Económico e da Forbes África Lusófona e reuniu em Lisboa alguns dos mais importantes atores do ecossistema económico e político de Angola para abordar alguns dos temas mais relevantes da vida económica este país lusófono.
Na abertura, N’Gunu Tiny, fundador do Grupo Media Nove, defendeu que Angola precisa de um sector privado forte.
Augusto Kalikemala, administrador executivo do IGAPE – Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado trouxe à conferência o tema das privatizações.
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