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Antes do criador do ChatGPT existiram outros. Estes são os CEO expulsos das suas criações

Altman saiu e voltou a entrar, seguindo o exemplo de Steve Jobs na Apple. No caso do criador do ChatGPT, demorou apenas cinco dias, enquanto o fundador do iPhone só torceu o braço 11 anos depois. Estes são alguns dos fundadores de grandes empresas que foram expulsos das suas próprias criações.
23 Novembro 2023, 15h17

É raro mas acontece. Sam Altman, um dos fundadores do ChatGPT foi expulso da sua própria empresa (OpenAI) e readmitido cinco dias depois, após uma revolta interna.

No entanto, Altman não foi o único CEO demitido da sua própria empresa. De facto, o tecnológico Sam Altman foi o último e mais recente diretor a sair, ainda que num abandono curto e rápida passagem pela investidora Microsoft.

Entre o anúncio do despedimento e o seu regresso à OpenAI, 505 funcionários da empresa (em 700) admitiram bater com a porta caso a atual direção não voltasse a admitir Altman como CEO.

Além de Altman, também Greg Brockman foi afastado da direção, ainda que tenha permanecido na empresa.

Mas quem esteve na mesma situação de Altman no passado? Steve Jobs, o mítico fundador da Apple, foi um dos nomes que saiu da empresa que ajudou a fundar.

Jobs renunciou ao cargo de CEO da Apple em 1985, depois de várias divergências com John Sculley, então CEO, sobre a gestão e estratégia da empresa.

No mesmo ano da sua saída, Steve Jobs alguns empregados da empresa e fundou a NeXT, organização para o desenvolvimento de plataformas informáticas especializadas em computadores para o ensino superior e mercados empresariais.

Ainda assim, o criador do famoso Macintosh regressou à empresa que fundou numa garagem ao fim de 12 anos, salvando-a de dias de extrema dificuldade e da falência. A chegada de Jobs à Apple chegou depois da empresa ter adquirido a NeXT por 429 milhões de dólares, em 1996.

Nessa altura, chegou com a ideia dos aparelhos tecnológicos que revolucionaram a Apple: iPod (2001), iPhone (2007) e iPad (2010). Ainda aos dias de hoje, o iPhone, iPad e Macbooks (variações do Macintosh) são dos artigos mais vendidos pela Apple.

Steve Jobs voltou a renunciar ao cargo de CEO a 24 de agosto de 2011, ficando-se apenas pelo cargo de chairman, depois de saber que o cancro pancreático tinha voltado. Jobs trabalhou para a empresa até à véspera da sua morte, a 5 de outubro de 2011.

Apesar da existência de separações ‘amigáveis’, há outras em que a tensão é palpável. Foi o caso de Travis Kalanick, fundador e antigo CEO da Uber.

Kalanick foi forçado a abandonar o cargo de CEO em 2017, pelos investidores da empresa, depois de várias denúncias de assédio sexual, acusações de roubo de propriedade intelectual da Google e criação de softwares para afastar as autoridades de investigar a empresa de ride-hailing.

Mesmo após ter renunciado ao cargo de CEO, Travis Kalanick manteve-se no conselho de administração da empresa e detinha, inclusivamente, a maioria das ações com direito a voto. A saída do conselho de administração aconteceu no fim de 2019, dois anos após deixar a direção da Uber.

Entretanto, Kalanick aventurou-se em novos negócios mas a grande maioria viria a fracassar.

Também Elon Musk foi ‘expulso’ da X.com, banco online fundado em março de 1999. O agora multimilionário saiu do banco online antes deste se ter fundido com o Confinify e ter dado origem ao então PayPal.

Musk foi forçado a deixar o cargo de direção da empresa que fundou, tanto pelo conselho de administração como pelos investidores.

Na altura, o empresário tomou uma decisão: investir os 250 milhões de dólares que recebeu da compra da sua participação e fundar a SpaceX e tornar-se o maior acionista da Tesla.

No entanto, dizem os sábios que Musk ficou ressentido com o seu afastamento. Sempre à espera de oportunidade, o empresário que subiu várias vezes ao pódio dos mais ricos adquiriu o domínio X.com (em retaliação ao seu primeiro negócio) à PayPal por um valor nunca divulgado e utilizou agora para mudar o nome do Twitter para X.

Adam Neumann fundou a WeWork (que tem estado nas notícias recentes devido à insolvência nos Estados Unidos e Canadá) em 2010.

Neumann apostou na compra de edifícios, remodelação e transformação em escritórios partilhados (chamado co-work), o conceito da WeWork, que acabou por implodir na altura em que as grandes tecnológicas davam alguma liberdade aos seus empregados para o trabalho remoto.

A queda de Adam Neumann aconteceu nove anos depois da fundação da WeWork, na altura em que a empresa pretendia entrar em bolsa de valores de Nova Iorque com uma Oferta Pública Inicial. Segundo o prospecto obrigatório, a empresa estava a passar por uma situação financeira delicada e existiam fortes riscos para o futuro do negócio.

Os investidores descobriram, através deste prospecto que a empresa só tinha capital próprio para sobreviver a seis meses de operação, estando a perder entre 150 a 200 milhões de dólares por dia. Estes mesmos números assustaram os investidores e levaram-nos a pedir a demissão imediata de Neumann.

O fundador abandonou a sua empresa, mas por um valor chorudo. Os dados mostram que Neumann terá recebido quase mil milhões de dólares para sair da empresa.

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