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Antigo escritório de Montenegro alvo de processo-crime relacionado com maior obra pública de Espinho

Em causa está aquela que é a maior obra pública adjudicada em Espinho adjudicada por 12,4 milhões de euros, mas com derrapagens que podem significar 9 milhões a mais. Antigo escritório do atual primeiro-ministro emitiu pareceres, alguns dos quais favoráveis ao empreiteiro.
Luis Montenegro, President of the Social Democratic Party, the main opposition in Portugal, gestures during an interview with Reuters, in Lisbon, Portugal, December 5, 2023. REUTERS/Pedro Nunes/ File Photo
28 Março 2025, 11h40

O antigo escritório de Luís Montenegro é alvo de um processo-crime relacionado com aquela que é a maior obra pública adjudicada em Espinho, noticia esta sexta-feira o Expresso. Segundo o semanário, em causa está a requalificação do canal ferroviário daquela cidade, que envolve também a construção de um parque de estacionamento subterrâneo de 400 lugares, obra lançada pelo social-democrata Joaquim Pinto Moreira em 2017.

Na altura, o empreiteiro Alexandre Barbosa Borges ofereceu uma proposta sete mil euros abaixo do preço-base, acabando por isso a ser o único concorrente admitido a concurso através da empresa ABB. Adjudicada por 12,4 milhões de euros, a obra arrisca-se, contudo, a derrapar 73,2%, ou seja, mais 9 milhões do que o previsto.

De acordo com o noticiado pelo Expresso, o escritório de Luís Montenegro (SP&M) produziu vários pareceres jurídicos em nome da autarquia para resolver os diferendos entre a equipa de fiscalização da obra e a empresa ABB, sendo que, alguns desses pareceres foram favoráveis ao empreiteiro. Um dos quais, especifica o semanário, foi assinado em maio de 2020 pelo atual primeiro-ministro. Em causa estava uma reclamação apresentada pelo empreiteiro Alexandre Barbosa Borges que teve como consequência a aprovação, por parte do executivo camarário de Pinto Moreira, a aprovar mais 116 mil euros.

Contactado pelo semanário, o gabinete do primeiro-ministro afirmou que “só muito excecionalmente e por razões de necessidade concreta (….) é que o Dr. Luís Montenegro interveio em trabalhos com esse cliente, que não acompanhava regularmente.” “Todo o trabalho da sociedade de advogados foi elaborado para a Câmara Municipal e defendendo sempre (…) o interesse do município”, garantiu.

Ainda de acordo com a notícia, o inquérito-crime que visa o antigo escritório de Luís Montenegro e o empreiteiro teve origem numa denúncia anónima entregue em janeiro de 2023 na Procuradoria Geral da Republica e no DIAP Regional do Porto. Três dias depois de Pinto Moreira ter sido detido por suspeitas de corrupção no âmbito da Operação Vórtex.

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