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António Costa defende “visão global” na rede ibérica de alta velocidade

O primeiro-ministro defendeu este domingo, numa entrevista ao jornal catalão “La Vanguardia” que não se trata apenas da ligação de Lisboa com Madrid. “Temos de pensar na conexão do Porto com a Galiza, da conexão com Sevilha e Barcelona”.
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28 Junho 2020, 12h39

O primeiro-ministro aborda a questão das ligações ferroviárias entre Espanha e Portugal numa entrevista ao jornal catalão “La Vanguardia”, dizendo que devem ser objeto de reflexão.

“Temos de pensar nas conexões das cidades portuguesas com uma rede ibérica de alta velocidade e não apenas na ligação de Lisboa com Madrid. Temos de pensar na conexão do Porto com a Galiza, da conexão com Sevilha e Barcelona, tendo uma visão global da Península Ibérica”, afirmou.

A entrevista é publicada este domingo, três dias antes da reabertura da fronteira terrestre entre Portugal e Espanha, que vai ser simbolicamente assinalada em Badajoz e Elvas pelas presenças do rei de Espanha, Filipe VI, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e dos primeiros-ministros dos dois países António Costa e Pedro Sánchez.

Nesta entrevista, António Costa alerta para a evolução negativa da economia em todos os países da União Europeia e exige um acordo europeu já em julho. “Todas as previsões que vão saindo, não apenas para Espanha, são piores para todos os países do que há umas semanas (…) “Devemos tomar consciência de que vai ser muito duro, porque não vamos voltar aos índices de fevereiro de 2020 nem em um mês, nem em um ano. Vamos necessitar seguramente de dois anos no mínimo para recuperar o nível em que estávamos quando a covid-19 apareceu”.

António Costa defende uma vez mais a proposta de Bruxelas de criação do fundo de recuperação europeu, acrescentando que será “uma oportunidade única” a sua aprovação no  primeiro Conselho Europeu a realizar sob presidência da Alemanha.

“As empresas, os trabalhadores e as famílias precisam de respostas urgentes a esta pandemia económica e social, que é a outra dimensão da covid-19. Há momentos em que os políticos não têm outra opção do que fazer aquilo que é necessário. Não se pode perder tempo, porque a crise exige uma resposta urgente para todos”, salientou.

Sem acordo político em julho, “o programa não estará em vigor em janeiro” de 2021 e as consequências serão desastrosas. “Nessa altura levaremos quase um ano de crise e estaremos provavelmente com uma segunda onda (da pandemia). Há que agir agora”.

Sobre a pandemia, o primeiro-ministro defendeu “prudência” nas comparações internacionais e rejeitou a ideia da existência de uma segunda onda da pandemia em Lisboa. Afastou a possibilidade do número de casos que se registam atualmente na Àrea Metropolitana de Lisboa poder afetar a realização da fase final da Liga dos Campeões de futebol, em agosto. “Não se trata de Lisboa, mas de alguns bairros de municípios vizinhos. Não há um agravamento, mas nessas zonas não se assistiu à redução generalizada registada em todo o território. São 19 freguesias de um total de 3.091 (…) Não existe nenhuma relação com o centro da cidade de Lisboa, onde terá lugar a Champions”.

Questionado, o primeiro-ministro português “admitiu que a ministra espanhola Nadia Calvino suceda a Mário Centeno na presidência do Eurogrupo. “Temos de fazer uma concertação entre todos, mas, claro, Nadia Calvino tem todas as condições”, afirmou, salientando que “seria muito importante que esse posto se mantivesse na família socialista”.

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