O ex-primeiro-ministro português, António Costa, foi confirmado esta quinta-feira como o novo presidente do Conselho Europeu. O anúncio foi feito esta quinta-feira depois do encontro dos líderes dos 27 países da União Europeia que acabou por confirmar o acordo já firmado no início desta semana.
Sendo agora oficial, António Costa vai substituir Charles Michel na presidência do organismo europeu para um mandato de dois anos e meio, existindo a possibilidade deste ser renovado e se estender até ao final da legislatura europeia em 2029.
As principais famílias políticas da UE já tinham dado luz verde, na terça-feira, para António Costa liderar o Conselho Europeu. Kyriakos Mitsotakis (Grécia) e Donald Tusk (Polónia) do Partido Popular Europeu, Pedro Sánchez (Espanha) e Olaf Scholz (Alemanha) do Partido Socialista, Emmanuel Macron (França) e Mark Rutte (Países Baixos) dos liberais aprovaram os nomes de Costa para o Conselho Europeu, Ursula von der Leyen para um segundo mandato na Comissão Europeia e Kaja Kallas para ser Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, em substituição de Josep Borrell
Ao fim da manhã, e já com algum tempo de reunião em Bruxelas, o primeiro-ministro Luís Montenegro avançava aos jornalistas que “as coisas estão bem encaminhadas” para António Costa, significando que o nome do seu antecessor político era certo para assumir o cargo. Profecia essa que se concretiza agora.
Apesar da sua demissão na sequência de investigações judiciais, o ex-primeiro-ministro português, António Costa, continuou a ser apontado para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, a instituição da UE que junta os chefes de Governo e de Estado da UE, numa nomeação que foi feita pelos líderes europeus, que decidiram por maioria qualificada (55% dos 27 Estados-membros, que representem 65% da população total).
Então primeiro-ministro demissionário, António Costa foi a Bruxelas, em março, despedir-se dos seus colegas europeus para participar naquele que seria o seu último Conselho Europeu como chefe de Governo. Questionado sobre se planeava avançar com uma possível candidatura a um cargo de topo na Europa, Costa tentou esquivar-se da resposta.
“É, obviamente, uma despedida, quanto às funções de primeiro-ministro elas estão a cessar, não sei se na próxima semana, se é a seguir à Páscoa, mas quando, no final desta semana, tivermos resultados finais haverá seguramente uma indigitação de um novo primeiro-ministro”.
Não querendo especular sobre a sua ida para um cargo europeu, António Costa disse apenas que não ia “especular” sobre o tema em vésperas das eleições europeias, que decorreram a 9 de junho.
Afinal de contas, António Costa decidiu voltar a estudar, tendo ido tirar uma pós-graduação de Contencioso Contratual, Mediação e Arbitragem na Universidade Católica. Este curso, em regime pós-laboral, arrancou a 20 de fevereiro e tem o seu fim previsto para 20 de julho, quando já deverá ter assumido funções na Europa.
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