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António Costa só não é o líder partidário favorito dos eleitores mais velhos e dos rurais

Primeiro-ministro lidera em praticamente todos os segmentos, deixando a Rui Rio apenas a primazia entre os eleitores mais velhos e os que residem em zonas rurais. Segundo a sondagem “Atração e Rejeição de Líderes Partidários”, realizada pela Aximage, Catarina Martins tem o segundo melhor índice de atratividade entre os votantes que têm entre 35 e 64 anos.
  • “Os avanços alcançados desmentem aqueles que estão sempre a queixar-se de que tudo está mal, como se não tivessem qualquer responsabilidade por aquilo que antes fizeram.”
17 Setembro 2019, 07h38

António Costa é o líder partidário mais ‘atraente’ para o eleitorado português em todos os segmentos menos entre aqueles que residem em ambiente rural e os que têm idade igual ou superior a 65 anos. Segundo a sondagem “Atração e rejeição de líderes partidários”, realizada pela Aximage para o Jornal Económico, nesses dois casos particulares é Rui Rio quem se impõe, sendo o único além do rival socialista a obter dois valores positivos: 8 entre os ‘rurais’ (enquanto o primeiro-ministro e secretário-geral do PS apresenta 15 pontos negativos) e de 5 entre os mais velhos (que dão seis pontos negativos a Costa).

Nada disso belisca o domínio absoluto do atual primeiro-ministro, que é o único líder partidário a ter um índice de atratividade positivo global (7), entre os homens (11), as mulheres (7), os eleitores entre os 18 a 34 anos (14), os 35 e 49 anos (16), os 50 e 64 anos (4), com escolaridade obrigatória (8) e mais do que obrigatória (7). O mesmo lhe sucede entre os eleitores semiurbanos (13) e urbanos (10), enquanto nas regiões em que a Aximage conduziu 985 entrevistas, entre 1 e 8 de setembro, só no Litoral Centro apresenta resultado negativo (-4), tendo saldo positivo no Sul e Ilhas (1), Interior Norte e Centro (1), Área Metropolitana do Porto (2), Litoral Norte (8) e Área Metropolitana de Lisboa (21).

António Costa acaba por ter um índice de atratividade superior entre os homens (11) do que entre as mulheres (3), sendo essa uma tendência a que só escapam Catarina Martins e Assunção Cristas (ambas têm o mesmo valor entre eleitores masculinos e femininos, com 31 pontos negativos para a bloquista e 44 pontos negativos para a centrista), e ainda mais André Silva. O líder e até agora único deputado do PAN – Pessoas, Animais, Natureza apresenta um resultado melhor entre as mulheres (-48) do que entre os homens (-50).

O índice de atratividade é a média ponderada de uma escala onde 3 corresponde à resposta “votaria de certeza absoluta”, 1 corresponde a “poderia votar”, e -3 corresponde a “nunca votaria”. O resultado é posteriormente transformado a variar entre -100 (todos rejeitam) e 100 (todos votariam de certeza).

Apesar de Rui Rio ser o segundo líder partidário com melhor índice de atratividade dos eleitores – tem um resultado global de 17 pontos negativos, contra os sete pontos positivos de António Costa -, nem todos os segmentos atribuem esse estatuto ao presidente do PSD. A líder bloquista Catarina Martins impõe-se na segunda posição nos eleitores entre 35 e 49 anos (tem 20 pontos negativos, contra 25 pontos negativos de Rio) e nos que têm entre 50 e 64 anos (30 pontos negativos, ligeiramente melhor do que 34 negativos do social-democrata), mas é alvo de um nível particularmente elevado de rejeição (58 pontos negativos) entre os eleitores mais velhos.

No que toca a regiões, Rio tem os melhores resultados, além do Litoral Norte (2), no Interior Norte e Centro (-10), Litoral Centro (-14), Sul e Ilhas (-15) e Área Metropolitana do Porto (-15), mas cai num verdadeiro abismo na Área Metropolitana de Lisboa, onde os 33 pontos negativos o colocam em igualdade com Catarina Martins.

Por seu lado, Assunção Cristas tem os resultados menos maus no Litoral Norte (-25), onde é a terceira líder com melhor índice de atratividade, e entre os eleitores rurais (-23), a larga distância de Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e André Silva, e não muito distante de António Costa (-15). E a presidente do CDS-PP é igualm ente a terceira para os eleitores com 65 anos ou mais (-37 pontos) e empata com a líder bloquista nos eleitores com escolaridade obrigatória (-38).

Para o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, os níveis de rejeição são constantes em todos os segmentos, mas ligeiramente inferiores na Área Metropolitana de Lisboa (-37), no Litoral Norte (-39) e entre os eleitores de 18 a 34 anos (-35) e de 35 a 49 anos (-38).

André Silva tem a sua maior força no eleitorado com menos de 35 anos, que lhe concede um índice de atratividade de 19 pontos negativos, só atrás de António Costa, Rui Rio e Catarina Martins, mas o líder do PAN tem o reverso da medalha naqueles que têm 65 anos ou mais, apresentando um índice de 79 pontos negativos, o que deixa a larga distância de todos os outros líderes de partidos com representação parlamentar e com maior nível de rejeição do que Marinho e Pinto (PDR) e próximo de Rui Tavares (Livre) e André Ventura (Chega). Já na segmentação regional, é no Litoral Norte (-36) e na Área Metropolitana de Lisboa (-42) que obtém os resultados menos negativos.

FICHA TÉCNICA:

Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando idade e região, a partir do universo conhecido, reequilibrada por habitat (3), género (2), escolaridade (2), e voto anterior. A amostra teve 985 entrevistas efetivas: 229 entre os 18 e os 34 anos, 291 entre os 35 e os 49 anos, 245 entre os 50 e os 64 anos e 220 para os 65 e mais anos; Interior Norte e Centro 86, Litoral Norte 126; Área Metropolitana do Porto 173; Litoral Centro 190; Área Metropolitana de Lisboa 284; Sul e Ilhas 126. Técnica: Aplicação online – CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) – de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos; entrevistas telefónicas – metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela AXIMAGE nos seus estudos políticos, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 65 e mais anos. O trabalho de campo decorreu entre 1 e 8 de setembro de 2019. A taxa de resposta obtida através do método CATI foi de 73,1%. Erro probabilístico: O processo amostral, não sendo aleatório, implica a não indicação do erro probabilístico. Contudo, para efeitos de comparação, para uma amostra probabilística com 985 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,016 (ou seja, uma “margem de erro” – a 95% – de 3,10%). Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de João Queiroz.

 

 

 

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