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Apenas 1% dos cabo-verdianos usa jornal como meio de informação

Estaudo realizado pelo INE e pela direção-geral de Comunicação Social no âmbito do Inquérito Multi-Objetivo Contínuo de 2018 concluiu que apenas 1% dos cabo-verdianos lêem jornais para ter acesso a informação. A televisão, com 82%, é o meio mais utilizado para a população de Cabo Verde se informar.
12 Agosto 2019, 20h54

A maioria da população de cabo-verdiana (59%) não sabe apontar o nome de um jornal cabo-verdiano impresso, meio de comunicação social que é utilizado por apenas 1% das pessoas para ter acesso a informação. A televisão é o meio preferencial dos cabo-verdianos para se informarem, com 82% .

Estas são as conclusões dos dados provisórios do estudo sobre o acesso e consumo da comunicação social levado a cabo no âmbito do Inquérito Multi-Objetivo Contínuo de 2018 e que foi realizado pelo  Instituto Nacional de Estatística (INE) e pela Direção-Geral de Comunicação Social.

Para ter acesso a informação do país e do mundo, 82% da população cabo-verdiana escolhe a televisão, 76% a internet, sendo 98 % via móvel, 46% através da radio, 39% computador, 24% via TV por assinatura e 1% através do jornais impressos.

De entre as várias estações de televisões a TCV-televisão de CV é a mais assistida, seguida da Record CV. Em terceiro lugar das preferências surge a SIC, com 24%, seguida da também portuguesa Sporttv, com 23%. O canal privado cabo-verdiano TIVER, que entretanto suspendeu as emissões, surge depois, com 19% das preferências, seguida da RTP África.

A preferência tem ligeiras mudanças entre as ilhas. Por exemplo, a SIC é a preferida na ilha de Santo Antão e em Santiago é a TV record.

A frequência de consumo de televisão é de duas hora e meia por dia, tempo semelhante ao das emissões da rádio.

Quanto à notoriedade das rádios, a RCV surge em primeiro lugar com 39%, Crioula Fm com 31%, Praia FM 28%, Rádio Nova 22%, 16 RCV+, Morabeza 14% e Rádio Comercial 8%.

O estudo também aponta algumas nuances, na capital cabo-verdiana a Praia FM é mais ouvida e no resto de Santigo a crioula FM.

Na componente dos jornais impressos, 59% dos inquiridos não soube dizer o nome de qualquer publicação.
Para o Ministro da Cultura, tutela da comunicação social, esta conclusão significa que é preciso repensar a política de distribuição dos jornais.

“Há locais em Cabo Verde onde não há acesso aos jornais porque os jornais simplesmente não chegam”, observou, depois, em declarações aos jornalistas.

O estudo divulgado esta segunda-feira refere que apenas 4% dos inquiridos leu jornais impressos nos três meses anteriores ao estudo, que decorreu de novembro a dezembro de 2018. Entre estes, 67% leu jornais em papel pelo menos uma vez por semana e 40% comprou pelo menos um jornal impresso.

Em termos de jornais online, 58% dos inquiridos não soube apontar um nome, mas os restantes identificaram o portal do semanário A Nação(25%), o desportivo português A Bola (18%) e o portal do cabo-verdiano Expresso das Ilhas (15%).

Nos três meses anteriores ao estudo, 22% dos inquiridos referem ter lido notícias nos jornais online, dos quais 67% são homens e 88% do total vivem em meio urbano.

O estudo aponta que apesar de 45% das informações serem acedidas através das redes socias o nível de confiança na informação que estas publicam é baixa 34%:

Para o ministro Abraão Vicente, a “boa notícia” destas conclusões é que “apesar de se ter acesso às redes sociais”, a procura pela credibilidade das informações publicadas em Cabo Verde é feita pelo acesso aos órgãos tradicionais.

Em relação aio conhecimento da Televisão Digital Terrestre (TDT), previsto em todas as ilhas ainda este ano,  35% já ouviu falar,  22% sabe o que é, 33% tem, conhecimento que poderá vir assistir TV em formato digital  e 70% não sabe o ano que poderá vir a ter acesso.

Para o inquérito de acesso e consumo da comunicação social o INE recolheu uma amostra de 6,143 pessoas com idades dos 15  ou mais, com representatividade de todos os concelhos

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