A conciliação entre trabalho, família e vida pessoal, a gestão de conflitos internos, o respeito do horário semanal, a valorização profissional dos colaboradores e a redução da pressão excessiva no trabalho são as cinco medidas mais valorizadas para melhorar a saúde mental em contexto laboral. Esta é a principal conclusão de um estudo conduzido por Pedro Afonso, médico psiquiatra e professor da AESE Business School, Miguel Fonseca, professor de Estatística da Universidade Nova de Lisboa, e José Fonseca Pires, professor da AESE e diretor do Programa de Alta Direção de Instituições de Saúde – PADIS.
O estudo também conclui que a posição hierárquica influencia a perceção de saúde mental e que quanto mais alta a função menor é essa perceção. Com efeito, 17,6% dos técnicos reportaram má saúde mental, contra apenas 2,3% entre os CEO/presidentes.
Questionados sobre as medidas que se encontram implementadas nas suas empresas, a maioria (75,5%) apontou a conciliação trabalho–família–vida pessoal (75,5%), o respeito do horário semanal (75%), regimes híbridos (67,4%) e valorização profissional (65,6%). As menos frequentes são a redução do multitasking (19,9%) e a existência de programas de acompanhamento no regresso ao trabalho (19,5%).
“Há margem para aumentar a adoção de algumas práticas menos comuns, que favorecem a saúde mental. Exemplos disso são a redução do multitasking e da pressão excessiva no trabalho e na obtenção de resultados, mas também a criação de programas específicos de acompanhamento no regresso ao trabalho, após períodos prologados de baixa médica”, explica Pedro Afonso.
Foram avaliadas dez medidas organizacionais para promover a saúde mental no trabalho, analisada a sua implementação nas empresas e o impacto na perceção de bem-estar dos colaboradores, através de uma autoavaliação. No total, foram inquiridas 598 pessoas com responsabilidades de liderança e operacional pertencentes à comunidade Alumni da AESE Business School.
Os participantes do estudo têm uma idade média de 51,8 anos, sendo que 60,9% são do sexo masculino e 39,1% do sexo feminino. Em 85,3% dos casos têm filhos. Os setores profissionais mais representados são saúde (23,6%), indústria (13,1%), banca e seguros (10,1%), energias e ambiente (8,7%). Cerca de dois terços ocupam cargos de alta chefia ou administração e mais de metade trabalham em grandes empresas (57,4%).
“Hoje, a saúde mental no trabalho assume um papel central nas agendas das organizações mais competitivas e sustentáveis. Numa era de transformações rápidas, novas pressões e modelos híbridos de trabalho, garantir o bem-estar psicológico dos colaboradores é um fator estratégico de gestão”, afirma Pedro Afonso. “Deste modo, melhorar a saúde mental no trabalho é um importante contributo para promover um ambiente laboral positivo e saudável, tendo um impacto incalculável, uma vez que pode reduzir custos relacionados com a falta de saúde e o absentismo, aumentar a produtividade e a satisfação profissional”, acrescenta.
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