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Arábia Saudita faz “ajuste voluntário adicional” de um milhão de barris de petróleo em fevereiro, março e abril

Diamantino Pedro Azevedo, ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, enquanto presidente da Conferência da OPEP de 2021, deu início à 15ª Reunião Ministerial da OPEP e não OPEP, realizada esta quinta-feira, 1 de abril de 2021, por vídeo conferência, na qual destacou o papel da Arábia Saudita na recuperação da cotação internacional do petróleo.
1 Abril 2021, 15h38

A estabilização do mercado petrolífero e a recuperação das cotações internacionais do barril de petróleo foram conseguidas até à data pela coordenação existente entre os membros da Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP) e da OPEP alargada (a OPEP+), mas deve-se sobretudo à “Arábia Saudita, pelo ajuste voluntário adicional de um milhão de barris por dia, nos meses de fevereiro, março e abril”, comentou Diamantino Pedro Azevedo, ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, enquanto presidente da Conferência da OPEP de 2021, dando, assim, início à 15ª Reunião Ministerial da OPEP e não OPEP, realizada esta quinta-feira, 1 de abril de 2021, por vídeo conferência.

Em nome de todos os países membros da OPEP, Diamantino Azevedo agradeceu ao secretário-geral da OPEP, o nigeriano, Mohammad Sanusi Barkindo e à “sua competente equipa do secretariado da OPEP pela pesquisa, suporte técnico e coordenação consistentemente excelentes que fornece”, recordando que “já se passou quase um ano desde a nona e a décima Reuniões Extraordinárias deste grupo”, que ocorreram no meio de “uma pandemia de rápida propagação”, com “crescente incerteza sobre a estabilidade do mercado de petróleo bruto”, e admitindo que “todos nós, que assistimos a essas reuniões, recordaremos a urgência da situação e a necessidade urgente de ação” – em declarações enviadas ao Jornal Económico.

“Hoje, as perspetivas para a indústria do petróleo são muito mais positivas, em grande parte graças aos nossos esforços resolutos para estabilizar o mercado global de petróleo, restaurar seu potencial e fornecer uma plataforma para recuperação”, adiantou o ministro angolano.

“Continuamos a ver progresso nas vacinações da Covid-19, que estão injetando esperança para o futuro e energizando a economia global. Obviamente, o caminho a seguir deve ser inclusivo: os países em desenvolvimento e emergentes não devem ser deixados para trás no caminho da renovação e da recuperação”, considera Diamantino Azevedo.

“Espero sinceramente que nunca mais tenhamos a turbulência no mercado de petróleo que testemunhamos nos primeiros meses da pandemia. Falando de uma perspetiva africana, os nossos países produtores de petróleo precisam de estabilidade de mercado, sustentada para permitir que a indústria cresça e para apoiar a resiliência das economias africanas”, referiu.

“Globalmente, temos visto melhorias constantes nos fundamentos do mercado de petróleo e nas perspetivas da procura. Produtores, consumidores e a economia global compartilham os benefícios de nossos esforços conjuntos para restaurar a estabilidade, o otimismo e as oportunidades”, comentou o ministro.

“Gostaria de agradecer a todos os países participantes pelos seus esforços individuais e coletivos em matéria de conformidade, que chegaram a 113% em Fevereiro. Esta é uma conquista nobre e atesta a nossa unidade e determinação. Cada país participante deve continuar a fazer a sua parte para que, juntos, alcancemos todo o nosso potencial”, adiantou, agradecendo “ao Reino da Arábia Saudita pelo ajuste voluntário adicional de um milhão de barris por dia nos meses de fevereiro, março e abril”. “Esta generosa contribuição dá àqueles que ainda não alcançaram a conformidade total a oportunidade de alcançar seus objetivos”, sublinhou.

Diamantino Azevedo destacou o trabalho – em benefício da estabilização dos mercados petrolíferos – desenvolvido por Timipre Sylva, ministro de Estado dos Recursos Petrolíferos da Nigéria, “fundamental no apoio à melhoria da conformidade, como Enviado Especial ao Congo, Guiné Equatorial, Gabão e Sudão do Sul. Agradeço a ele e aos nossos colegas desses países pelo seu árduo trabalho”.

Dirigindo-se aos delegados da OPEP, Diamantino Azevedo alertou para que, “apesar da luz que podemos ver no horizonte, devemos estar atentos às nuvens que permanecem”. “A pandemia continua a perturbar as viagens internacionais e as formas tradicionais de fazer negócios, lançando uma sombra sobre as perspetivas de crescimento da procura por petróleo. As nossas reuniões são uma prova disso. Esta é a sétima vez em um ano que nosso distinto grupo se reúne em uma plataforma virtual”, referiu.

“Em poucos meses, atletas de todo o mundo competirão no símbolo máximo de amizade e cooperação – as Olimpíadas. Já atrasados em um ano, os Jogos de Tóquio acontecerão em estádios quase todos vazios devido a restrições de viagens. Mesmo as competições atléticas que testam a resistência física não podem escapar do forte controle desta pandemia”, comentou Diamantino Azevedo, sublinhando que “os parceiros da OPEP e não-OPEP na Declaração de Cooperação passaram por testes e provas de porte olímpico durante a crise de mercado de 2014-2016 e agora Covid-19. Na hora de atribuir os prémios, acredito que estamos bem posicionados para ganhar a medalha de ouro pelo nosso trabalho em equipe”.

O ministro angolano referiu ainda que “a volatilidade observada no mercado durante todo o mês de março, em particular na semana passada, mais uma vez provou o valor da nossa abordagem prudente com otimismo cauteloso”, recomendando que, “hoje, é nossa tarefa demonstrar novamente a liderança voltada para o futuro que ajudou a restaurar a confiança do mercado, apoiar a estabilidade sustentável e fornecer uma plataforma para recuperação”.

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