A pandemia da Covid-19 afetou o mundo e reverteu os avanços realizados na área da saúde, expondo milhões de pessoas a doenças mortais e a pobreza, alertou um novo relatório da Fundação Bill e Melinda Gates, segundo a “Reuters”. Desde que a pandemia se instalou, a pobreza extrema aumentou 7% e fez com que as consultas para as vacinas de rotina caíssem para níveis da década de 1990.
“É um grande contratempo”, assumiu Bill Gates, co-presidente da Fundação Gates e um dos principais filantropos da saúde global. O relatório, que acompanha os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, aponta que quase todos os indicadores mundiais regrediram.
O relatório da Fundação descreve a existência de “um retrocesso de 25 anos em 25 semanas”, com a pobreza mundial a crescer a olhos vistos e os danos económicos a reforçar as desigualdades anteriormente evidenciadas. O mesmo relatório alerta ainda para o impacto desproporcional nas mulheres, em comunidades de minorias raciais e étnicas e pessoas que já viviam em pobreza extrema.
“Após 20 anos consecutivos de declínio da pobreza extrema, vimos agora uma reversão”, disse Mark Suzman, presidente-executivo da Fundação Gates, em entrevista à “Reuters”. “Quase 40 milhões de pessoas voltaram a estar perante a pobreza extrema. Isso é mais de um milhão de pessoas por semana desde que o vírus chegou”, referiu o presidente-executivo.
O relatório também citou as projeções do Fundo Monetário Internacional, onde a organização apontou que, apesar dos 18 biliões de dólares já gastos para estimar as economias mundial, a economia ainda vai perder mais de 12 biliões de dólares até ao fim de 2021, sendo esta a maior quebra do PIB desde a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, apesar do pior cenário estar em cima da mesa, Bill Gates admitiu estar confiante que o mundo saia da pandemia e retome o progresso em direção à melhoria da saúde.
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