A Ordem dos Arquitetos (OA) apresentou um conjunto de medidas que deseja ver aplicadas para regular o mercado da habitação universitária. De resto, o organismo liderado por Avelino Oliveira lança um apelo aos estudantes e familiares para que “evitem pactuar com uma política de habitação desregulada”.
Estas medidas surgem no seguimento do último relatório do Observatório do Alojamento Estudantil divulgado a 5 de julho, sugere que se promova a revisão da política fiscal nacional relacionada com os estudantes, incrementando significativamente as deduções dos custos com a habitação.
Como tal, a entidade propõe que se denunciem os casos em que se deturpa o mercado; que sejam fiscalizadas situações abusivas; as universidades criem um apoio especial aos estudantes e docentes deslocalizados na consultadoria jurídica para os seus contratos de arrendamento; que os municípios tenham uma política de monitorização das inúmeras situações existentes, nomeadamente através dos Conselhos Municipais de Juventude e que se promova a revisão da política fiscal nacional relacionada com a população estudantil, incrementando significativamente as deduções dos custos com habitação.
“Arrendar quartos, apartamentos ou partes de habitações sem o respetivo contrato de arrendamento –que salvaguarde direitos de inquilino e senhorio, as boas condições de habitabilidade e o cumprimento das regras legais – é uma má opção, representa evasão fiscal e inibe uma monitorização da preocupante situação da habitação, dificultando as políticas de habitação previstas nas estratégias e programas nacionais”, indica a OA em comunicado.
Os últimos dados da Direção-Geral da Educação (DGE) aponta que, num universo de quase meio milhão de estudantes universitários em Portugal, cerca de 30% estão deslocados da área de residência, sendo que as camas disponíveis em residências universitárias só representam menos de 10% das necessidades de alojamento dos estudantes.
Por outro lado, cada agregado familiar pode deduzir 30% das despesas, até um limite de apenas 800 euros por ano, existindo algumas situações que podem fazer subir este curto limite para apenas mil euros anuais. Para a OA, tal cenário representa uma “política fiscal de vistas curtas, que é prejudicial para os cidadãos e acaba por ser indutora da evasão fiscal”.
“Em nosso entender, existe um mercado que tacitamente convive num contexto de economia paralela. São milhares de impostos que se perdem em benefício da especulação e são os cidadãos mais desprotegidos e com menos condições financeiras que sofrem as consequências”, refere Avelino Oliveira.
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