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As compras de Natal de Cafôfo em Londres

Mas, na verdade, as compras em Londres foram outras. Já perceberam que dificilmente conseguirão entrar na comunidade luso-venezuelana, que foge como o diabo da cruz do nome socialismo, logo como não podem contar com os votos desses regressados, estão a apostar muito na captação directa dos votos dos emigrantes (e indirecta nos familiares que cá continuam), muitos deles jovens, em Londres, que tiveram de sair da Madeira devido à crise que culminou no PAEF
10 Dezembro 2018, 07h15

Primeiro pensei em começar este artigo dizendo que ainda não percebi o que o presidente da Câmara Municipal do Funchal tanto faz em Londres nem quem lhe paga as viagens e estadia, mas seria mentira e como não padeço dessa enfermidade, por exemplo, nunca diria, repetida e publicamente, que iria cumprir, na íntegra, o segundo mandato na autarquia, quando já estava em curso o “putsch”, do qual foi o principal mentor, para abandonar a cidade e os funchalenses, faltando à palavra dada, para ser candidato pelo PS-M à Quinta Vigia.

Em segundo, também pensei ironizar que ainda bem que há quem possa cumprir a tradição natalícia dos abonados portugueses e madeirenses que fazem compras de Natal em Londres, só não parecia plausível que o jornalista do Diário de Notícias o acompanhasse para ver se os gastos seriam com o cartão de crédito da autarquia (lembro-me de um famoso pedido/requerimento feito nesse sentido pelo PND que nunca teve resposta, na Assembleia Municipal, no mandato 2013/2017, isto já depois da brutal crise de Maio de 2014, aquando de uma viagem à Rússia, da qual resultaram umas “exquisitives” garrafas de Vodka, que, confesso, também bebi, “a posterior”) e também certamente não foi para fazer a reportagem de um qualquer encontro com o Mayor de Londres no intuito de o ensinar a encerrar/descerrar ruas, cortar/plantar árvores, fazer/desfazer orgânicas municipais nem dar pela quarta vez a grande novidade nunca mais concretizada da requalificação da Praça do Município.

Foi, afinal, para, mais uma vez, dizer que os emigrantes devem votar nas eleições regionais e que a Região deve ter um director regional desta área, aparentemente foi isto, mais uma reportagem de rua em que o «”independente”, «professor de História» e «professor» (já quase parece o Marcelo), prometeu medidas, no programa eleitoral, para fixar as pessoas, ainda que, obviamente, não tenha dito quais «ao mesmo tempo que ouvia atentamente os desejos, alguns anotados num pequeno bloco de notas que levava num dos bolsos do casaco», a que se junta uma ida para visitar os funcionários madeirenses do parlamento do Reino Unido numa «oportunidade para constatar a dinâmica da Câmara dos Lordes e dos Comuns». Curiosamente, até à data recusou sempre comparecer na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, ao que parece, deduz-se, não tem grande respeito nem interesses pelas dinâmicas parlamentares da nossa Região, mas é, pasmem-se, candidato a presidente do Governo Regional.

Como estou a escrever este artigo na segunda-feira, 03/12/18, não sei se na edição de amanhã do órgão que mandou para Londres um “enviado especial” trará mais algum episódio desta visita, talvez uma foto-reportagem de uma ida ao Harrods, onde certamente também trabalham madeirenses e porto-santenses que querem tirar uma fotografia, para a posteridade com o homem que teve, em Londres, esta tirada, paradoxal, «receber quem quer voltar e não deixar sair quem quer ficar (como se ele pudesse fazer alguma coisa em relação ao Brexit e como se o Reino Unido não tivesse tido muito antes da entrada de Portugal na UE milhares de emigrantes madeirenses) e que promete como soluções, genéricas e vagas, mais educação e formação, como não fosse esta a geração de emigrantes que temos com mais e melhor educação e formação, muitos deles até com curso superior.

Mas, na verdade, as compras em Londres foram outras. Já perceberam que dificilmente conseguirão entrar na comunidade luso-venezuelana, que foge como o diabo da cruz do nome socialismo, logo como não podem contar com os votos desses regressados, estão a apostar muito na captação directa dos votos dos emigrantes (e indirecta nos familiares que cá continuam), muitos deles jovens, em Londres, que tiveram de sair da Madeira devido à crise que culminou no PAEF de tão má memória, o que significa que no próximo Verão vai haver alguns aviões a vir carregadinhos de votos, como, aliás, já aconteceu num concelho do Norte, em especial nas eleições autárquicas de 2013.

P.S. Não foi uma foto-reportagem mais sim mais uma das duas mil promessas sem explicar como…Vai reformular o SESARAM e acabar com as listas de espera, porreiro, pá!, já posso fazer a operação às varizes…

 

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