Chegaram esta semana ao fim as inquirições presenciais na comissão parlamentar de inquérito à TAP. Ao todo, 46 pessoas foram ouvidas pelos deputados ao longo de quase quatro meses de longas audições. Recorde algumas das frases mais marcantes.
“Se na altura o senhor ministro, ou o senhor secretário de Estado me tivessem dito que preferiam que eu renunciasse, eu teria renunciado, sem contrapartida”
Alexandra Reis, a antiga administradora da TAP cuja polémica indemnização de 500 mil euros despoletou a comissão de inquérito.
“Se cai um avião são logo 100 milhões de euros (…) Estes seguros são prática comum.”
Alexandra Reis sobre os seguros directors & officers (D&O)
“Não tenho dúvidas que foi a vontade da CEO, esta é a minha convicção pessoal, a CEO queria que eu saísse da empresa. Confesso que tenho dúvidas sobre os motivos.”
Alexandra Reis sobre o seu afastamento da TAP
“Eu vou devolver e aguardo que me indiquem os montantes líquidos (…) Discordo [do IGF], mas não quero receber um euro que não me seja devido.”
Alexandra Reis sobre a devolução exigida pela IGF, entretanto já executada
“Penalizo-me pelo comentário que partilhei com ex-CEO sobre o senhor Presidente da República”
Hugo Santos Mendes, o ex-secretário das Infraestruturas, sobre o e-mail enviado a Christine Ourmières-Widener a pedir a alteração de um voo de Marcelo Rebelo de Sousa
“Se eu fui membro do Governo foi porque o líder do Governo aceitou e, já agora, o Presidente da República também.”
Hugo Santos Mendes, em resposta às duras palavras de António Costa e outros sobre a sua atuação
“A indemnização a Alexandra Reis é menos de 1% do trabalho que tivemos na TAP. É menos de 0,1% do trabalho que tivemos no Ministério, mas foi um processo que objetivamente correu mal.”
Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas, sobre o caso Alexandra Reis
“Há verdades que são mais inverossímeis que a mentira, mas eu não vou passar a mentir só porque a mentira parece mais credível que a verdade. As coisas são como são.”
Pedro Nuno Santos
“Lamento muito isto que lhe aconteceu e espero que consiga refazer-se rapidamente, porque será útil a quem quiser trabalhar com ela.”
Pedro Nuno Santos, sobre Alexandra Reis
“Obviamente que tive a convicção que se tratava de um valor particularmente significativo.”
Fernando Medina, ministro das Finanças, sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis e considerada indevida pela IGF
“Muito haveria para dizer, e gostaria de dizer, mas rejeito em absoluto a utilização do SIS pela República é falso, falso, falso.”
Fernando Medina, em resposta ao PSD sobre a atuação do SIS na noite de 26 de abril
“Não permitirei que destruam o meu bom nome. E é também por isso que aqui estou: para defender a verdade e a justiça. Para lutar pela minha honra e dignidade, para mostrar aos meus filhos que perante as maiores infâmias, adversidades, nunca devemos deixar de defender a verdade.”
Frederico Pinheiro, o adjunto do ministro João Galamba, exonerado a 26 de abril, noite em que se envolveu num episódio “rocambulesco” no Ministério
“Enquanto cidadão anónimo sem poder de decisão, fui ameaçado pelo SIS. Fui injuriado e difamado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Infraestruturas e alvo de uma campanha por parte da poderosa máquina de comunicação do Governo”
Frederico Pinheiro
“Era importante para o Estado evitar o custo reputacional de uma nacionalização forçada”
João Leão, ex-ministro das Finanças, sobre o processo de recompra da TAP que levou o Estado a pagar 55 milhões a David Neeleman
“Não acredito que ninguém pague 3,2 mil milhões de euros, mas tenho esperança que alguém diga que, se correr bem, que partilha o upside com o Estado, nem que devolva ao longo de 20 anos.”
Diogo Lacerda Machado, ex-administrador não-executivo da TAP e melhor amigo de Antóni Costa, sobre o futuro da companhia aérea
“Não estou envolvido em nenhuma entidade interessada, tenho sido procurado por várias – e já agora não vejo nenhum conflito de interesses -, não aceitei nenhuma das abordagens, […] não excluo envolver-me se achar que posso ser útil à própria TAP”
Diogo Lacerda Machado, sobre um possível futuro envolvimento na empresa
“Se calhar, neste momento, não era o momento ideal para vender a TAP. Se fosse minha, eu neste momento esperava por uma melhor oportunidade, que era pôr a TAP a ganhar dinheiro.”
Humberto Pedrosa, ex-acionista e administrador da TAP durante os anos da gestão do consórcio Atlantic Gateway
“Sem pandemia, a TAP em 2022 estaria em ‘velocidade cruzeiro’ e com resultados líquidos positivos, a crescer de forma sustentável.”
Humberto Pedrosa
“Foi uma aposta minha. Acreditava na TAP e tive o maior desgosto em ter abandonado a TAP. Por isso, aguentei até ser possível aguentar, mas… Se calhar hoje faria a mesma coisa”
Humberto Pedrosa, sobre os 12 milhões de euros investidos na TAP, que perdeu
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