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Assinado acordo de privatização da TACV

Venda de 51% da Cabo Verde Airlines à islandesa foi acordada esta sexta-feira. Valores do negócio não foram divulgados. A Loftleidir Cabo Verde vai manter as rotas da Cabo Verde Airlines mas quer mais destinos.
1 Março 2019, 21h17

Foi assinado, esta tarde, o contrato de compra e venda de 51% das ações da Cabo Verde Airlines, entre o governo cabo-verdiano e a Loftleidir Cabo Verde.

O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, e o ministro da Economia, José Gonçalves, rubricaram com o vice-presidente da LoftLeidir Icelandic, Erlendur Svavarsson, o documento, numa cerimónia presidida pelo líder do executivo de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, e que contou com a presença de quase todos os membros do governo e dos deputados do MPD.

Depois de um longo período de negociação, as partes chegaram ao acordo em relação aos termos de venda dos 51% das ações a empresa Loftleidir Cabo Verde. Os detalhes e o valor deste contrato não foram divulgados, apesar da insistência da comunicação social presente na cerimónia. Questionado sobre o valor pago por 51% da Cabo Verde Airlines, Erlendur Svavarsson disse tratar-se de um documento “confidencial” e que isso ficou acordado com o governo.

Ao apresentar o processo de negociação, o secretário de Estado das Finanças disse que foi “um trabalhado demorado, mas feito com rigor” com base na lei publicada.

No seu discurso, o primeiro-ministro referiu que com a assinatura deste acordo, a Cabo Verde Airlines entra numa “nova era” e que sempre acreditou que este dia iria chegar. “Acreditámos sempre que era possível chegarmos ao ponto que chegámos hoje: privatizar TACV. Lutamos para isso acontecer. Foi um processo longo e complexo porque a situação da empresa era difícil e exigia coragem e determinação na tomada de decisões para a sua reestruturação e privatização”, referiu.

O vice-presidente da LoftLeidir Icelandic, Erlendur Svavarsson apresentou a estratégia para a Cabo Verde Airlines que passa segundo afirmou por colocar a empresa na “ rota dos transportes aéreos no mundo”.

Em relação à frota, a empresa prevê trazer um quarto avião ainda este ano “para conseguir servir os destinos que tem previsto” e o plano de crescimento é ter em Cabo Verde 12 aparelhos nos próximos cinco anos. Número que pode parecer muito, mas que Mário Chaves, ex-CEO da Cabo Verde Airlines, diz ser possível se houver um “crescimento eficiente e uma empresa rentável”.

A Loftleidir Cabo Verde pretende que a Cabo Verde Airlines continue a voar para  Lisboa, Paris, Boston, Salvador e Recife e Dakar, estando previsto passar a voar para uma cidade nos Estados Unidos de América,  duas cidades europeias. Em África, a companhia área vai passar a voar para a capital angolana, Luanda.

Quanto à transferência de todos os serviços para a ilha do Sal, Mário Chaves avançou que o processo será feito nos próximos meses, uma vez que “eficiência máxima se consegue com toda a equipa junta”, e que sempre foi a intenção fazer a migração para a ilha do Sal, mas que a Cabo Verde Airlines irá manter “ serviços estratégicos”, na cidade da Praia.

A retoma dos voos diretos da Praia e da ilha de São Vicente para Lisboa dependerá da rentabilidade dos voos, segundo Mário Chaves, que aponta que foco do hub aéreo na ilha do Sal é o mercado externo, mas que o mercado interno também interessa a empresa.

O governo espera que a partir de hoje se acelere a implementação do hub aéreo, baseado na ilha do Sal, e que isso venha a criar oportunidades de negócios e, consequentemente, novos postos de trabalho.n Em relação aos 39% do capital que o Estado ainda detém na Cabo Verde Airlines, o primeiro-ministro anunciou que 10% serão alienados aos trabalhadores e emigrantes com desconto de 15% e os restantes serão colocados no mercado.

A Loftleidir Cabo Verde é uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação.

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