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Associação de produtores e exportadores de vinhos contra proibição de venda de bebidas alcoólicas a partir das 20 horas

Segundo a ANCEVE, “os produtores mais pequenos de vinhos, que estruturam o grosso do tecido empresarial vitivinícola, dependem em absoluto das vendas para os restaurantes e as garrafeiras especializadas”, sublinhando que estes produtores vitivinícolas “estão sem chão desde março”.
15 Dezembro 2020, 20h24

A ANCEVE – Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas contesta a proibição de venda de bebidas alcoólicas em Portugal a partir das 20 horas.

“Desde setembro passado que o Governo alargou a todo o País a proibição de venda de bebidas alcoólicas após as 20h, nos estabelecimentos de comércio a retalho, incluindo supermercados e hipermercados. Esta medida está a causar um enorme prejuízo ao sector vitivinícola, uma fileira que impulsiona a economia nacional e contribui para a manutenção das comunidades rurais e ordenamento do território, para além de levar bem longe o nome de Portugal”, denuncia a ANCEVE, em comunicado.

Segundo esta nota, “os produtores mais pequenos de vinhos, que estruturam o grosso do tecido empresarial vitivinícola, dependem em absoluto das vendas para os restaurantes e as garrafeiras especializadas”, sublinhando que estes produtores vitivinícolas “estão sem chão desde março”.

“Os produtores médios e grandes, que também vendem para a distribuição moderna, tinham conseguido, até setembro, equilibrar a faturação com os supermercados e hipermercados (embora sacrificando substancialmente as suas margens), mas a proibição de venda de bebidas alcoólicas após as 20h constituí uma machadada brutal na sua atividade”, acusa a ANCEVE.

De acordo com os responsáveis desta associação, “apesar de continuarem a apostar na exportação (da qual não desistiram, malgrado as enormes dificuldades trazidas pela pandemia), essas empresas dependem muito do mercado nacional e as quebras causadas pela proibição de venda de bebidas alcoólicas após as 20 horas vieram afetar dramaticamente as suas tesourarias e a capacidade de honrarem os seus compromissos com os trabalhadores, o Estado e os fornecedores”.

“A proibição de venda de bebidas alcoólicas após as 20 horas prejudica indubitavelmente os consumidores, que desejam efetuar as suas compras no horário pós-laboral. É uma medida discriminatória, que deveria ser revista de imediato, pois não faz qualquer sentido, no momento atual”, defendem os responsáveis desta associação, considerando que esta “é uma medida que afeta muito negativamente um produto nacional como o vinho, que é parte integrante da vida e cultura portuguesas”.

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