[weglot_switcher]

Assunção Cristas revela que não se candidatará à câmara de Lisboa e pede “coligação vencedora” liderada pelo CDS

A antiga líder centrista defende que, mais importante do que o nome avançado pela direita lisboeta, importa manter um diálogo com a outra grande força deste espaço político, o PSD, mas também com outros partidos democráticos e independentes, atribuindo a responsabilidade deste processo à atual direção do CDS.
assunção_cristas_cds_legislativas_1
António Cotrim/Lusa
10 Fevereiro 2021, 14h50

Assunção Cristas quebrou o silêncio relativamente a uma possível candidatura à Câmara Municipal de Lisboa (CML), afirmando que não se candidatará ao cargo. Numa publicação na sua conta pessoal de Facebook esta quarta-feira, a antiga líder centrista esclarece que assenta a sua decisão numa “discordância da estratégia” do partido numa coligação para a capital, nas contradições da direção e nos desafios profissionais que tem presentemente.

“Três razões essenciais pesaram na minha reflexão: a discordância da estratégia do CDS na negociação de uma coligação alargada com o Partido Social Democrata; o discurso contraditório da direção do CDS, que me considera simultaneamente responsável pela degradação do partido no último ano e uma boa candidata a Lisboa, somado ao parco interesse em falar comigo, num tempo e numa forma que fica aquém do que a cortesia institucional estima como apropriado; e os desafios profissionais que tenho pela frente”, pode-se ler na publicação.

Para a ex-deputada e ministra da Agricultura e do Mar, “o espaço político do centro e da direita pode conquistar a Câmara Municipal de Lisboa, assim se una em torno de um projeto ambicioso para os lisboetas”, mas é necessária “uma grande coligação, que junte CDS, PSD, os partidos do espaço político da direita democrática que o desejem, e tenha uma forte presença de independentes”.

Nesta, Assunção Cristas defende que o CDS, pelos resultados autárquicos recentes na capital, deverá ser a força principal. Lembrando o que sucedeu em 1979, quando Nuno Krus Abecassis se tornou presidente depois dos centristas conseguirem mais quatro pontos percentuais do que os sociais-democratas, a antiga presidente pede um “relacionamento institucional e o cumprimento de critérios objetivos no diálogo entre os dois partidos” que permita a vitória da direita na câmara lisboeta.

Cristas antevê ainda margem para os centristas corrigirem a situação e encontrarem “um bom nome, da área do CDS, para encabeçar” esta coligação, atribuindo ao atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, a responsabilidade de trabalhar neste sentido.

“Ao longo destes anos, em conjunto com os demais vereadores do CDS, orgulho-me de termos sido uma oposição forte e construtiva, em estreita articulação com o CDS na Assembleia Municipal, nas freguesias e na estrutura concelhia do partido. Deixaremos um legado bem mais rico do que seria habitual para um partido na oposição. Cumprimos e cumpriremos até ao fim o contrato de confiança com os lisboetas”, conclui Cristas.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.