Assunção Cristas quebrou o silêncio relativamente a uma possível candidatura à Câmara Municipal de Lisboa (CML), afirmando que não se candidatará ao cargo. Numa publicação na sua conta pessoal de Facebook esta quarta-feira, a antiga líder centrista esclarece que assenta a sua decisão numa “discordância da estratégia” do partido numa coligação para a capital, nas contradições da direção e nos desafios profissionais que tem presentemente.
“Três razões essenciais pesaram na minha reflexão: a discordância da estratégia do CDS na negociação de uma coligação alargada com o Partido Social Democrata; o discurso contraditório da direção do CDS, que me considera simultaneamente responsável pela degradação do partido no último ano e uma boa candidata a Lisboa, somado ao parco interesse em falar comigo, num tempo e numa forma que fica aquém do que a cortesia institucional estima como apropriado; e os desafios profissionais que tenho pela frente”, pode-se ler na publicação.
Para a ex-deputada e ministra da Agricultura e do Mar, “o espaço político do centro e da direita pode conquistar a Câmara Municipal de Lisboa, assim se una em torno de um projeto ambicioso para os lisboetas”, mas é necessária “uma grande coligação, que junte CDS, PSD, os partidos do espaço político da direita democrática que o desejem, e tenha uma forte presença de independentes”.
Nesta, Assunção Cristas defende que o CDS, pelos resultados autárquicos recentes na capital, deverá ser a força principal. Lembrando o que sucedeu em 1979, quando Nuno Krus Abecassis se tornou presidente depois dos centristas conseguirem mais quatro pontos percentuais do que os sociais-democratas, a antiga presidente pede um “relacionamento institucional e o cumprimento de critérios objetivos no diálogo entre os dois partidos” que permita a vitória da direita na câmara lisboeta.
Cristas antevê ainda margem para os centristas corrigirem a situação e encontrarem “um bom nome, da área do CDS, para encabeçar” esta coligação, atribuindo ao atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, a responsabilidade de trabalhar neste sentido.
“Ao longo destes anos, em conjunto com os demais vereadores do CDS, orgulho-me de termos sido uma oposição forte e construtiva, em estreita articulação com o CDS na Assembleia Municipal, nas freguesias e na estrutura concelhia do partido. Deixaremos um legado bem mais rico do que seria habitual para um partido na oposição. Cumprimos e cumpriremos até ao fim o contrato de confiança com os lisboetas”, conclui Cristas.
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