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Ataques em Moçambique: Portugal confiante que UE dará resposta positiva a Maputo

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse hoje, em entrevista à Lusa, estar seguro de que será positiva a resposta da União Europeia a Moçambique, que pediu apoio para formação das suas forças no combate ao terrorismo.
  • Augusto Santos Silva
24 Setembro 2020, 08h19

“Nós recebemos na União Europeia a carta enviada pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, é uma carta, aliás, muito clara. Moçambique é muito claro na identificação das áreas em que a cooperação europeia os pode apoiar, designadamente na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado e eu estou seguro de que a União Europeia vai dar uma resposta positiva”, disse Augusto Santos Silva.

O chefe da diplomacia portuguesa afirmou também que Portugal, como membro da União Europeia, vai colaborar “ativamente para que a reposta seja positiva”.

Augusto Santos Silva recordou que há uma tradição de cooperação muito forte entre a União Europeia e Moçambique e o assunto já foi discutido no Parlamento Europeu, fórum onde os eurodeputados disseram que a Europa tinha obrigação de ajudar as forças de Maputo.

“Em terceiro lugar, [a UE vai ajudar] porque, na condição de ministro dos Negócios Estrangeiros do país que vai ocupar a presidência do conselho da União Europeia a partir de janeiro, já tive uma oportunidade de ter uma reunião formal com o alto representante Josep Borrel e um dos temas foi o norte de Moçambique, o apoio a Moçambique”, salientou Santos Silva, que está em Bissau, a convite do Presidente guineense para as cerimónias de independência do país.

“Com base em todas estas informações estou seguro de que a resposta da União Europeia não tardará, será positiva, e naturalmente Portugal contribuirá para ela seja rápida e positiva”, afirmou.

O Governo moçambicano pediu terça-feira o apoio da UE na logística e no treino especializado das suas forças para travar as incursões armadas de grupos classificados como terroristas em Cabo Delgado, no norte do país.

A província de Cabo Delgado é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas.

A violência provocou uma crise humanitária com mais de mil mortos e cerca de 365.000 deslocados internos.

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