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Athayde Marques sai da Comissão que gere ativos problemáticos do Novo Banco

Miguel Athayde Marques, vogal da Comissão de Acompanhamento do Novo Banco, renunciou ao cargo, por razões de incompatibilidade porque a sua mulher foi eleita administradora não-executiva do Santander Totta.
  • Cristina Bernardo
5 Março 2019, 11h26

Miguel Athayde Marques saiu da Comissão de Acompanhamento do Novo Banco porque a mulher, Manuela Athayde Marques, ex-secretária geral da Associação Portuguesa de Bancos, foi eleita administradora não-executiva do Santander Totta, soube o Jornal Económico junto de fonte próxima do processo, depois da notícia avançada pelo ECO.

Esta eleição de Manuela Athayde Marques criou uma incompatibilidade para o membro da Comissão de Acompanhamento dos ativos problemáticos do Fundo de Resolução (FdR).

Esta renuncia acontece numa altura em que o Novo Banco, liderado por António Ramalho, anunciou que ia pedir 1.149 milhões de euros ao FdR ao abrigo do acordo de capitalização contingente, elevando para 1,9 mil milhões o capital que já foi injetado no Novo banco.

Nas condições acordadas para a venda do Novo Banco à norte-americana Lone Star, ficou o prevista a existência de um mecanismo de capital contingente a cargo do FdR para compensar o banco resolvido até ao limite de 3,89 mil milhões por perdas que viessem a ser reconhecidas por ativos tóxicos herdados do Banco Espírito Santo (crédito malparado e imobiliário).

O FdR tem um comité competente pela gestão dos ativos do Novo Banco garantidos ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente (CCA).

A Comissão de Acompanhamento que gere os ativos problemáticos do Novo Banco que estão sob o CCA foi eleita no final de 2017 e é composta por José Rodrigues Jesus, um revisor oficial de contas, José Bracinha Vieira, jurista, e Miguel Athayde Marques, que agora renunciou.

Com a saída de Miguel Athayde Marques, terá de ser nomeado um novo membro para a Comissão de Acompanhamento do FdR.

O Banco de Portugal confirmou entretanto também que “Miguel Athayde Marques apresentou pedido de renúncia, a 28 de fevereiro, na sequência da recente nomeação de um elemento do seu agregado familiar para integrar o órgão de administração de um banco concorrente, e com vista a evitar qualquer situação de incompatibilidade que daí pudesse advir”. A entidade que é ainda a Autoridade de Resolução em Portugal referiu ao Jornal Económico que “não foi ainda escolhido o substituto de Miguel Athayde Marques”.

(atualiza com resposta oficial do Banco de Portugal)

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