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Atividade empresarial moçambicana volta a cair em junho

De acordo com as conclusões do estudo mensal, divulgado hoje, as empresas moçambicanas “registaram uma deterioração das condições de operação pelo segundo mês consecutivo” em junho, “tendo reduzido os seus níveis de produção pela primeira vez desde janeiro, em resposta à quebra nas vendas”.
insolvências empresas
3 Julho 2025, 18h22

O índice PMI de atividade empresarial em Moçambique registou em junho novo abrandamento, continuando em terreno negativo pelo segundo mês consecutivo e com quebras nas vendas, de acordo com o Standard Bank, que conduz o inquérito.

De acordo com as conclusões do estudo mensal, divulgado hoje, as empresas moçambicanas “registaram uma deterioração das condições de operação pelo segundo mês consecutivo” em junho, “tendo reduzido os seus níveis de produção pela primeira vez desde janeiro, em resposta à quebra nas vendas”.

“As aquisições diminuíram pelo segundo mês consecutivo, o que ajudou a controlar as pressões globais sobre os preços. Apesar do declínio, as empresas mostraram uma maior confiança nas perspetivas para o próximo ano, que melhoraram para o seu melhor nível desde maio de 2024”, lê-se no estudo.

O índice PMI (Purchasing Managers Index, em inglês) subiu de 50,2 em março para 50,5 em abril, ficando acima do valor neutro de 50 pelo terceiro mês consecutivo, mas em maio caiu para 49,6 pontos e em junho para 49,1, aponta-se no estudo, que assinala “um novo declínio na saúde da economia do setor privado”.

Indicadores do PMI acima de 50 pontos apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, enquanto indicadores abaixo desse valor mostram uma deterioração.

O estudo refere igualmente que a atividade empresarial caiu em junho “pela primeira vez em cinco meses, o que as empresas inquiridas atribuíram, em grande medida, a um enfraquecimento das vendas”.

“De facto, o total de novos negócios também diminuiu pela primeira vez em cinco meses. Contudo, em ambos os casos, as taxas de declínio foram apenas ligeiras. Uma redução das novas encomendas e a diminuição das necessidades de produção resultaram num declínio sustentado da atividade de aquisição no final do segundo trimestre”, lê-se.

O ritmo de contração “foi considerável e o mais rápido observado até ao momento em 2025”, assinala ainda, acrescentando que “consequentemente, os inventários diminuíram pelo segundo mês consecutivo”.

Citado no estudo, o economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, refere que foram registadas “contrações mensais na produção, nas novas encomendas e nas aquisições” no mês de junho, mas que, no entanto, “os subíndices de prazos de entrega dos fornecedores e de emprego melhoraram”.

Acrescenta que o “PMI de junho é consistente com as pressões fiscais recorrentes e com os desequilíbrios entre a oferta e a procura de moeda externa no mercado cambial, que limitam a procura agregada”, mas “no entanto, o sentimento empresarial melhorou.

“Em junho, o subíndice do PMI de expectativas empresariais para o futuro subiu para o valor mais alto dos últimos 13 meses. É de salientar que, provavelmente, os inquiridos estão a ter em consideração o progresso relativo aos projetos de gás natural liquefeito (GNL), o que deverá impulsionar a atividade económica”, concluiu Mussá.

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