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Ativistas terão de pagar viagem de regresso. “Um governo decente mandaria a fatura ao genocida”

Coordenadora do Bloco de Esquerda lamenta que o Governo tenha imputado o custo da viagem de regresso de Israel a Portugal aos ativistas mas diz que pagará o bilhete “comprando a prova de que há ministros sem espinha”.
8 Outubro 2025, 10h57

Os quatro ativistas portugueses que integraram a flotilha humanitária com destino a Gaza e que foram detidos e repatriados por Israel no último domingo terão de pagar a viagem de regresso a Portugal, uma decisão já criticada por Mariana Mortágua. “Um governo decente mandaria a fatura ao genocida”, reagiu nas redes sociais, afirmando, contudo, que pagará o bilhete. “Comprando a prova de que há ministros sem espinha”, atirou, aludindo ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

A notícia de que Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves teriam de pagar o custo da viagem de Israel para Portugal foi conhecida na terça-feira, no dia em que a coordenadora bloquista surgiu na campanha eleitoral para as autárquicas depois de mais de um mês ausente, que levou até à sua substituição no Parlamento.

Durante o dia, em declarações aos jornalistas em Leiria, Mariana Mortágua deixou um agradecimento ao cônsul e à embaixadora em Israel pelo apoio dado aos ativistas em Israel, mas não o estendeu ao Governo por falta de apoio político.

“Quero aproveitar por fazer um agradecimento público ao acompanhamento consular que nos foi dado. Ao cônsul e à embaixadora, que prestaram todos os serviços, todo o apoio necessário. Fazendo este agradecimento público, faço-o à nossa estrutura diplomática, ao cônsul em Israel e à embaixadora em Israel, e não estendo este agradecimento ao Governo nem ao apoio político”, disse a líder bloquista.

Mariana Mortágua lamentou “todas as ações políticas deste Governo relativamente à Palestina e as declarações que foram feitas em relação à flotilha”. “E queria que estas declarações encerrassem este tema, para que nos possamos focar nas autárquicas”, acrescentou ainda. Mas não encerraria, a fatura da viagem levou a que voltasse ao tema para criticar mais uma vez o chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel.


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