Uma conversa entre um candidato presidencial e um apoiante financeiro começou com 42 minutos de atraso e mostrou ser algo como um combate de egos entre Donald Trump e Elon Musk. A alegada entrevista atraiu perto de um milhão de utilizadores do X e colocou o republicano em frente a um dos seus maiores apoiantes e homem mais rico do mundo, onde repetiu um pouco da campanha que tem feito.
Sobre a falha tecnológica, que fez com que o encontre fosse transmitido com 42 minutos de atraso, Elon Musk atribuiu a um “ataque DDoS”, ou seja, sobrecarga de acessos. No entanto, o site “The Verge”, que assistiu à entrevista e falou com um funcionário, indica que não terá existido falha, uma vez que a rede social se manteve estável.
Terminados os problemas técnicos, Trump começou o seu discurso, onde lembrou a tentativa de assassinato de julho, a mesma que disse ser “demasiado dolorosa” de se relembrar mas que já abordou por diversas vezes.
Um dos tons mais quentes da conversa focou-se na imigração, com Donald Trump a lançar fortes críticas à administração Biden. À frente de Elon Musk, ele próprio imigrante, o candidato republicano atirou que nos quatro anos de Biden entraram perto de 20 milhões de estrangeiros nos Estados Unidos. Foi neste ponto que o fundador da Tesla optou por intervir e lembrar que “a maioria dos [imigrantes] ilegais são provavelmente pessoas boas e trabalhadoras”.
Assim, Trump defendeu-se e reconheceu a necessidade da imigração legal e controlada, sustentando que há muitos terroristas e “pessoas mesmo más” a entrar facilmente nos EUA, culpabilizando os seus sucessores na Casa Branca. Por isso mesmo, Trump anunciou (novamente) que os EUA vão ter “a maior deportação na história deste país, e não temos alternativa”.
Foi com o tema da imigração ilegal que Trump voltou a focar-se no ataque que sofreu a 13 de julho, ironizando “a imigração ilegal salvou-me a vida”.
“Foi um milagre. Se eu não tivesse virado a cabeça, não estaria aqui agora a falar consigo, por muito que goste de si”, disse Trump a Elon Musk, referindo-se a um gráfico que estaria a mostrar à população que mostrava uma queda significativa das chegadas de imigrantes ilegais durante o seu mandato (2017-2021).
O candidato republicano defendeu ainda a relação que mantém com líderes estrangeiros como o russo Vladimir Putin, o norte-coreano Kim Jong-un e o chinês Xi Jinping: “Darmo-nos bem com eles é uma coisa boa, não é uma coisa má”.
“Conheço cada um deles. E deixem-me dizer-vos, as pessoas vão dizer ‘Oh, isto é terrível’. Não estou a dizer nada de bom nem de mau. Eles estão no topo do seu jogo, são duros, são inteligentes e vão proteger o seu país. Provavelmente adoram o seu país. É apenas uma forma diferente de amor, mas eles vão protegê-lo”, afirmou.
Com a chegada dos democratas ao poder em janeiro de 2021, esses líderes “não conseguem acreditar” na reviravolta nos EUA, salientou.
“O nosso país está tão confuso neste momento. É um lugar tão diferente. Nós éramos respeitados. Há quatro anos éramos respeitados ao ponto de quando eu dizia: ‘não comprem petróleo’ eles não compravam”, disse.
Trump argumentou, durante o seu mandato, existiriam “zero hipóteses” de Israel ter sido atacado.
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