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Atraso na vacinação pode custar 90 mil milhões de euros à Europa

O estudo indica que o objetivo da Comissão Europeia, em vacinar 70% da população adulta até ao verão do presente ano, terá de ser seis vezes mais rápido, caso a entidade queira ver este objetivo cumprido.
19 Fevereiro 2021, 10h31

O plano de vacinação para imunizar a população europeia está atrasado em cinco semanas e pode custar aos cofres da Europa perto de 90 mil milhões de euros caso o ritmo da vacinação não seja acelerado, revelou um estudo da Euler Hermes, acionista da COSEC.

O estudo indica que o objetivo da Comissão Europeia, em vacinar 70% da população adulta até ao verão do presente ano, terá de ser seis vezes mais rápido, caso a entidade queira ver este objetivo cumprido. “À velocidade atual só será possível atingir a imunidade de grupo no final de 2022”, estima a Euler Hermes, uma vez que as farmacêuticas também têm apresentado atrasos na produção das vacinas.

Só 5% da população dinamarquesa recebeu, pelo menos, uma dose da vacina, e cerca de 2% da população portuguesa já foi inoculada contra o vírus. Estes valores contrastam com 14,4% de população vacinada no Reino Unido e com 9,4% dos Estados Unidos, valores significativamente mais elevados.

“Até ao momento, os custos acumulados durante estas cinco semanas de atraso já superaram o equivalente ao total de 50 mil milhões de euros do Fundo de Recuperação da União Europeia para 2021”, indica o estudo, sendo que os economistas garantem que a vacinação será a chave para a recuperação económica.

Com a vacinação em atraso em mais de um mês, os economistas estimam “um primeiro trimestre negro” marcado pelas restrições à atividade económica e pela corrida à vacinação, seguindo-se uma recessão devido ao agravamento da situação sanitária sentida em vários países europeus e da América Latina.

“Os efeitos da vacinação da população mundial contra a Covid-19 só terão repercussão significativa na economia na segunda metade do ano. Cada semana de restrições à economia pesa -0,4 pontos percentuais no crescimento trimestral do PIB”, indicam os economistas da Euler Hermes.

Só para Portugal, segundo os economistas, o PIB deve registar uma quebra de 5,2% no primeiro trimestre, mas nos dois trimestres seguintes a tendência deverá ser invertida, com a economia a crescer 3,9% no segundo trimestre e 5,5% no terceiro.

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