O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, apontou o Brexit, a melhoria das relações económicas entre Bruxelas e Washington e o ambiente macroeconómico como aspetos positivos com impacto positivo em Portugal e na União Europeia ao longo deste ano. O governante foi o orador convidado de um almoço-debate realizado nesta sexta-feira pelo Internacional Club of Portugal.
“Conseguimos um ciclo de crescimento económico que não só permitiu subir consistentemente na média da zona euro, como nos permitiu ao mesmo tempo usar diferentes aceleradores da economia quer do ponto de vista da procura interna quer do ponto do investimento e das exportações”, disse no começo da sua intervenção. Além do crescimento económico, Augusto Santos Silva ressalvou a importância de Portugal ter ultrapassado os anos da crise sem ter vivido uma crise política.
Santos Silva tem também uma perspectiva positiva das relações internacionais, em especial com os Estados Unidos. “Nós vivemos nos últimos anos uma serie de equívocos na nossa relação de europeus com os norte-americanos”, explicou. “ Hoje em dia julgo que os dois parceiros [União Europeia e Estados Unidos] têm maior consciência da importância de chegar rapidamente a um acordo que, pelo menos, permita travar a escalada do ponto de vista comercial e consigam arranjar acordos do domínio comercial”, acrescentou. O ministro dos Negócios Estrangeiros avançou que espera um “acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos”.
Por outro lado, o Brexit foi apresentado como outra oportunidade, tendo em conta que o “acordo comercial deve ser o esperável de zero quotas e zero tarifas”. Relembrou ainda a importância de que o Reino Unido tenha uma saída com acordo, “custe o que custar”.
A língua portuguesa foi outro fator referido por Augusto Santos Silva, com o ministro a garantir que o português é “uma língua sul-americana e não acaba este século sem ser uma língua africana”. Estabeleceu ainda uma relação entre o valor económico e a língua portuguesa. Já em 2017, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmara que a língua portuguesa valia 17% do Produto Interno Bruto.
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