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Australiano que alega que criou a Bitcoin perde metade da fortuna

Tribunal ordenou Craig Wright a pagar 4,5 mil milhões de euros por causa de direitos de Propriedade Intelectual, que pertencerão a David Kleiman.
28 Agosto 2019, 12h55

Craig Wright, australiano autoproclamado criador da Bitcoin, recebeu uma ordem de um tribunal na Flórida a obrigá-lo a entregar cerca de metade da sua fortuna em Bitcoin, à família do seu parceiro comercial, David Kleiman, programador que faleceu em 2013, e que terá ajudado Wright a criar a moeda virtual, segundo o ‘The Guardian’.

A família de Kleiman afirma que Craig Wright elaborou um esquema durante o período em que David Kleiman estava doente para se apropriar do capital do programador e transferir a sua fortuna em Bitcoin para as suas contas. Algo que o tribunal conseguiu provar, acrescentando que não há duvidas que os dois trabalharam em conjunto.

A justiça norte-americana ordenou que metade da fortuna em moeda virtual “amealhada” por Craig Wright, quer tenha sido pelos direitos da moeda virtual, quer seja pela Propriedade Intelectual pertencem a David Kleiman, e que, portanto, deverá ser entregue à respetiva família.

Um dos problemas neste processo é o desconhecimento sobre a quantidade de Bitcoin que o australiano ainda possui, ou seja, os números reais da fortuna de Wright são completamente desconhecidos, e a ordem judicial funciona por estimativa. Segundo estas estimativas, a família de Kleiman receberá entre 400 mil a 500 mil Bitcoins, o equivalente a 6 ou 7 mil milhões de euros.

Durante o julgamento Craig Wright disse que não conseguia ter acesso às Bitcoins porque os ficheiros tinham sido encriptados, durante o escândalo que expôs o uso da moeda virtual por grupos criminais organizados nas suas transações internacionais.

Wright afirma que encriptou a sua fortuna virtual, e que a única maneira para recuperar as informações referentes ao que lhe pertence é através de um sistema de “chaves” que entregou a Kleiman antes da sua morte, e que o próprio tratou de distribuir a pessoas da sua confiança.

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