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Autárquicas: Socialistas rejeitam apoiar Nuno Cardoso para a Câmara do Porto

Antigo presidente da Câmara Municipal do Porto, Nuno Cardoso, que manifestou a sua disponibilidade para se recandidatar ao cargo, não será o candidato do PS nas autárquicas de 2021.
14 Janeiro 2021, 22h05

O antigo presidente da Câmara do Porto Nuno Cardoso, que manifestou quinta-feira à Lusa a sua disponibilidade para se recandidatar ao cargo, não será o candidato do Partido Socialista nas autárquicas de 2021, disse esta quinta-feira à Lusa fonte da distrital.

“Não temos nenhum comentário a fazer, sendo certo que o engenheiro Nuno Cardoso não será o candidato do PS à Câmara Municipal do Porto”, avançou uma fonte da distrital do PS do Porto.

Nuno Cardoso, que presidiu à Câmara do Porto entre 1999 e 2002, disse estar disponível para encabeçar uma candidatura autárquica, eventualmente com o apoio do PS, mostrando-se desgostoso com a dinâmica na cidade nos últimos 20 anos.

“Ao fim de 20 anos, sinto um certo desgosto que esse movimento e essa dinâmica [conseguida nos 12 anos em que o Partido Socialista liderou a Câmara do Porto] tenha esmorecido e tenho dificuldade de ver o que é que foi feito de estruturante que tivesse mudado o Porto. Não vejo nada. Neste momento, há duas obras importantes em curso, uma delas é o Mercado do Bolhão, mas 20 anos passaram”, salientou.

O ex-autarca candidatou-se à Câmara do Porto como independente em 2013 – sendo que na altura Nuno Cardoso foi acusado de estar a tentar beneficiar a candidatura do social-democrata Luís Filipe Menezes, que também acabaria por perder, através da tentativa de divisão dos votos do campo socialista.

Assumindo-se como um socialista “desde sempre”, o ex-autarca que em 1999 substituiu Fernando Gomes na presidência da autarquia portuense, admite que gostaria de ter o apoio do Partido Socialista, mas salienta que a decisão compete ao partido e não esclarece se avança como mesmo sem o apoio socialista, nomeadamente como independente.

“Isto é um projeto coletivo, vamos começar a agregar pessoas e ideias. Queremos, no fundo, criar um projeto para apresentar à cidade que seja altamente mobilizador. Depois, veremos qual o veículo que será utilizado. Quem vier por bem, é sempre bem acolhido. Toda a gente será bem acolhida”, disse, defendendo que o Porto deve ter um papel no país muito mais importante do que tem hoje.

Em outubro de 1999, Nuno Cardoso substituiu na presidência da Câmara do Porto o socialista Fernando Gomes, que foi convidado a integrar o XIV Governo Constitucional como Ministro da Administração Interna. Cardoso deixou os Paços do Concelho no início de 2002, com a tomada de posse do social-democrata Rui Rio.

“Estive quatro anos na política, enquanto presidente da Câmara do Porto, estive 20 anos fora e eu acho que a política para mim é um serviço público. Neste momento, eu sinto é a disponibilidade para voltar à vida pública. Efetivamente, há um conjunto de amigos, sempre houve, que me mobilizam muito para eu me motivar para regressar ao Porto. É nesse ponto que estamos”, declarou.

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