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Autor de proposta de “passadeira arco-íris” sai do CDS-PP

Vítor Teles anunciou desfiliação após comunicado de Assunção Cristas e do presidente da concelhia de Lisboa que se demarcavam da iniciativa destinada a assinalar o Dia Mundial de Luta contra a Homofobia e Transfobia.
2 Maio 2019, 23h53

Um dos dois eleitos do CDS-PP na assembleia de freguesia de Arroios que apresentaram a proposta para que duas passadeiras da Avenida Almirante Reis fossem pintadas com as cores do arco-íris anunciou nesta quinta-feira a desfiliação do partido. A decisão de Vítor Teles seguiu-se a um comunicado da presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, e do presidente da concelhia lisboeta, Diogo Moura, que se demarcavam da iniciativa destinada a assinalar o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia e Transfobia.

“Aceito com humildade e de bem com a minha consciência o demarcar do partido, que acreditei ser pluralista, e por isso apresentei na presente data ao presidente da concelhia de Lisboa o meu pedido de desfiliação do CDS e renúncia ao cargo de vogal do Conselho de Jurisdição da distrital de Lisboa com efeitos imediatos”, escreveu Vítor Teles na sua conta de Facebook, acrescentando que se manterá enquanto independente, “democraticamente eleito”, na Assembleia de Freguesia de Arroios.

O ex-militante e dirigente, que apresentou a proposta em conjunto com Frederico Sapage Pereira, outro eleito do CDS-PP para a Assembleia de Freguesia de Arroios, escreveu que subscreveu a recomendação das passadeiras com as cores do arco-íris para “assinalar e celebrar” um dia internacional que “afirma um princípio simples que faz parte do meu património enquanto cristão, a saber, somos todos livres e iguais e ninguém pode ser discriminado”.

Vítor Teles também disse esperar “serenamente pela atitude que tomarão os vereadores do CDS que votaram favoravelmente em 27 de Fevereiro de 2019 na Câmara Municipal de Lisboa a criação em Arroios da ‘Casa da Diversidade’ e ‘Centro de Acolhimento LGBTI'”, tendo em conta que o partido “rejeita políticas identitárias” e “rejeita qualquer metodologia velada de as impor a expensas dos contribuintes”.

A proposta de Vítor Teles e Frederico Sapage Pereira, descrita no comunicado de Assunção Cristas e Diogo Moura como não vinculando os órgãos nacionais e concelhios do CDS-PP, foi aprovada pela Assembleia de Freguesia de Arroios. No entanto, não será concretizada, como foi confirmado pela presidente da Junta de Freguesia, a socialista Margarida Martins, por as passadeiras com as cores do arco-íris contrariarem o Código da Estrada.

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