O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) confirmou, esta semana, um donativo de 7,5 milhões de dólares ao governo são-tomense, conforme havia sido anunciado em março.
O financiamento foi abordado por Samson Oyebode Oyetunde, diretor-executivo do BAD para a Nigéria e São Tomé e Príncipe, que se encontra em São Tomé para uma visita de três dias.
Num comunicado ao qual o Jornal Económico (JE) teve acesso, a instituição sediada na Costa do Marfim refere que o apoio será canalizado através do Fundo Fiduciário da Nigéria (Nigeria Trust Fund), criado em 1976 na sequência de um acordo entre o BAD e o governo nigeriano, e “visa ajudar São Tomé e Príncipe a enfrentar os desafios económicos e climáticos que se registam atualmente”.
À saída de uma audiência com o primeiro-ministro Américo Ramos, o responsável do BAD fez saber que foi dada continuidade às conversas tidas na última visita a Abuja. “Discutimos os projetos e programas em andamento que estão a ser financiados pelo BAD”, afirmou aos jornalistas, sublinhando que o apoio do banco será canalizado para “assegurar a estabilidade da economia” de São Tomé e Príncipe”, com o intuito de mitigar os efeitos da Covid-19, da guerra da Ucrânia e da “desestabilização da guerra comercial a que se tem assistido globalmente”.
“Estamos a trabalhar com o governo de forma a fazer crescer a economia, criar emprego para os jovens e fortalecer a moeda. O pagamento do serviço da dívida é feito em dólares. As receitas são maioritariamente recebidas em dobras e, com o fortalecimento da moeda nacional, já se poderá fazer o câmbio e o pagamento dessas dívidas com a moeda estrangeira”, explicou.
Num encontro com o ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, Nilton Garrido, foram discutidos “projetos estruturantes para o país, incluindo infraestruturas aeroportuárias e marítimas, essenciais para superar os desafios de conectividade de um arquipélago e promover a integração regional”, indica o BAD na mesma nota.
O diretor-executivo do BAD encontrou-se, também, com o ministro de Estado da Economia e das Finanças, Gareth Guadalupe, e com o Presidente da República, Carlos Vila Nova.
Oyebode Oyetunde visitou, no primeiro dia da viagem, a fábrica de chocolate da Cooperativa de Exportação de Cacau Biológico (CECAB), construída com um financiamento de 348.262,15 euros do BAD, através do PRIASA II [ Projecto de Reabilitação de Infraestruturas de Apoio a Segurança Alimentar].
“Durante a visita, pôde testemunhar in loco o funcionamento da cooperativa, destacando o forte envolvimento das mulheres na liderança e gestão do projeto. Oyetunde expressou grande satisfação ao saber que a CECAB é liderada por uma mulher, e que cerca de 30% da gestão das associações afiliadas é assegurada por mulheres”, destaca o BAD no mesmo comunicado.
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