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Banca restringe atendimento ao balcão a partir desta segunda-feira e apela ao uso dos canais digitais

Os canais digitais preparam-se para assumir a primazia sobre as agências físicas na banca. O BCP, a CGD, o BPI, o Santander, o Novo Banco, o Montepio e o EuroBic incentivam os seus clientes a utilizar os canais digitais, tentando diminuir a quantidade de atendimentos presenciais. “A utilização de moeda física deverá, por motivos de higiene, ser considerada como opção de recurso”, defende o BCP.
  • Cristina Bernardo
16 Março 2020, 13h20

A banca não escapa à política da distância social como medida preventiva para travar a expansão da pandemia do coronavírus. Esta é a época em que os bancos poderão ver crescer significativamente os utilizadores dos canais alternativos, uma vez que a ordem comum a todos é de restrição do atendimento aos balcões e uso dos canais digitais.

Os bancos, um a um, estão a anunciar novas medidas no atendimento aos Balcões que estão em vigor a partir desta segunda-feira. É o caso do Santander, do Millennium BCP, do Montepio, do BPI, da CGD, do Novo Banco e do EuroBic.

BCP

O Millennium bcp anunciou, em comunicado, que “com o objetivo de proteger clientes e colaboradores, decidiu adotar um conjunto de medidas que minimizam os riscos de contágio, entre as quais o ajustamento da entrada dos clientes nas sucursais em função do número de colaboradores disponíveis para, a cada momento, prestar atendimento”.

“Com esta medida evitam-se as concentrações de pessoas nas Sucursais e continua-se a assegurar os serviços financeiros aos clientes”, refere o banco.

A instituição liderada por Miguel Maya assegura que os serviços bancários “serão prestados com normalidade” e pedem aos clientes que eventualmente precisem de ir às Sucursais que “compreendam que o aguardar no exterior da Sucursal, até que possam ser atendidos presencialmente, protege os clientes, os colaboradores e a comunidade como um todo”.

Neste momento em que o risco de propagação do Covid-19 é considerado elevado, “recomendamos que os clientes se desloquem às Sucursais apenas em caso de absoluta necessidade, devendo privilegiar sempre a utilização dos canais digitais, nomeadamente a App Millennium e o site”, refere a instituição.

“Caso os Clientes não tenham os códigos de acesso aos canais digitais, poderão obtê-los de imediato no site ou numa das mais de 12.000 ATM espalhadas por todo o País”, apela o banco que recomenda ainda que os clientes optem por efetuar os pagamentos ou as transferências através da App Millennium, na qual está também disponível o pagamento via MBWay.

“A utilização de moeda física deverá, por motivos de higiene, ser considerada como opção de recurso, e como segunda alternativa preconiza-se a utilização do cartão de débito ou crédito, preferencialmente através da opção contactless, com a qual apenas terá de aproximar o cartão ao terminal de pagamento”, apela a instituição financeira.

O Millennium bcp diz que “está bem ciente da importância de assegurar o funcionamento permanente e seguro dos serviços financeiros nos tempos conturbados que estamos a viver, tendo ajustado práticas, processos e procedimentos para, protegendo a saúde dos colaboradores e dos clientes que interagem com o Banco, continuar sempre disponível com a necessária segurança e o menor incómodo possível para os clientes”.

Santander Portugal

O Banco Santander Portugal anunciou este fim de semana que a partir desta segunda-feira, dia 16 de março, passou a estar em vigor um regime de acesso condicionado aos seus balcões.

No caso do banco liderado por Pedro Castro e Almeida, “esta medida traduz-se numa gestão de fluxos de entradas nos balcões, de modo a evitar aglomerações excessivas que possam implicar maiores riscos de contágio. Deste modo e, à semelhança de medidas similares a adotar pelos restantes operadores do sector, será dado acesso simultâneo a um número de clientes que seja equivalente ao número de colaboradores existente no interior do balcão”.

Os clientes deverão assim, como já acontece com outro tipo de estabelecimentos, aguardar a sua vez em fila no exterior, guardando a distância social entre eles aconselhada pelas autoridades de saúde.

Diz o Santander que “este acesso não implicará qualquer alteração ao tipo de serviço prestado pelos balcões nem menor disponibilização de serviços através das máquinas ATM, incluindo idênticas quantidades de numerário a dispensar”.

Ao mesmo tempo o Santander Portugal irá reforçar as medidas de limpeza e de higiene profilática no interior dos balcões, em benefício de clientes e de colaboradores, referem.

“O Santander Portugal apela a que o acesso dos seus clientes aos balcões, se absolutamente necessário, se continue a processar como agora com a maior tranquilidade possível, devendo ser privilegiados para a generalidade das operações os meios digitais ao dispor de todos (Netbanco, App), evitando-se assim contactos e aglomerações de público desnecessários”, apelou a instituição em comunicado.

CGD, BPI e Novo Banco

O BPI e o Novo Banco também adotaram medidas no sentido de minimizar os riscos de contágio do Covid-19. O banco liderado por António Ramalho impôs a disciplina de prestar os serviços normais mas com o acesso condicionado a quatro clientes em simultâneo no atendimento ao balcão.

Já o BPI decidiu que todas as suas unidades comerciais – balcões, centros ‘premier’, balcão móvel e centros de empresas – estarão a funcionar ‘à porta fechada’ a partir desta segunda-feira, dia 16 de março. Em caso de absoluta necessidade de atendimento presencial, os clientes podem assinalar a sua presença e serão devidamente atendidos”.

O BPI informou ainda que “dispõe da tecnologia e dos equipamentos necessários para o teletrabalho, já devidamente testados, e tem neste momento um número reduzido de colaboradores nessa situação”.

Também a Caixa Geral de Depósitos (CGD) assegurou estar a reforçar a “limpeza dos espaços e desinfeção dos mesmos, aquisição de material de proteção e limitação de viagens, nomeadamente para locais classificados como de maior risco pela DGS [Direção-Geral da Saúde] e a possibilidade de ter colaboradores a trabalhar à distância”.

“Adicionalmente, a Caixa está a tomar as medidas necessárias para manter a continuidade do funcionamento dos diversos serviços, processos de negócio e relações com os seus clientes e outros ‘stakeholders’ dentro dos níveis de serviço normais”, bem como se mostrou “disponível para estudar e apoiar os seus clientes a ultrapassar eventuais constrangimentos que advenham do Covid-19”, de acordo com a resposta enviada à Lusa por fonte oficial do banco público.

Banco Montepio

O Banco Montepio anunciou também novas medidas no atendimento aos balcões. Assim a  partir de hoje, 16 de março, há novas regras no atendimento dos clientes, em toda a rede comercial, “num esforço conjunto de prevenção e contenção do contágio por Covid-19”.

“O objetivo do Banco Montepio é proteger a saúde de colaboradores e clientes, ao mesmo tempo que continua a prestar serviços bancários essenciais à comunidade e a responder às necessidades financeiras dos clientes, neste momento desafiante”, refere o banco liderado por Pedro Leitão.

Os balcões do Banco Montepio passarão a funcionar em regime de abertura condicionada, mantendo as portas fechadas. “A medida regula a afluência dos clientes aos Balcões para evitar aglomerados de pessoas, tal como recomendação da Direção-Geral da Saúde”, diz a instituição.

“Quem se dirigir a um Balcão do Banco Montepio deve aguardar a sua vez no exterior, em fila e garantindo a distância de segurança, até ser encaminhado para o interior; o Balcão só poderá atender um número de clientes na exata medida do número de colaboradores em serviço”, explica o banco que acrescenta que a regra é um colaborador, um cliente.

Os clientes devem permanecer dentro do Balcão o tempo estritamente necessário para realizar as operações bancárias e devem manter a distância social mínima de um metro, recomendada pela Direção-Geral da Saúde.

Também o Banco Montepio apela ao uso dos canais digitais, a partir de casa. “O Banco Montepio apela aos clientes que se dirijam ao Balcão apenas em caso de absoluta necessidade de atendimento presencial e reforça que tem à disposição os canais digitais e telefónicos que permitem efetuar, com total comodidade, simplicidade e segurança, a maior parte das operações bancárias”, lê-se na nota.

EuroBic

O EuroBic também enviou um comunicado a dar conta que vão “operar de porta fechada” a partir de hoje.

“Só atenderemos pessoalmente os clientes que o requeiram durante o período normal de expediente por toque na porta da Agência”, diz o EuroBic.

O banco liderado por Fernando Teixeira dos Santos só deixará entrar na agência clientes com necessidades financeiras urgentes e que não possam usar os canais alternativos, designadamente os de acesso digital.

Só poderão entrar na agência os clientes em número igual aos colaboradores disponíveis, e não é permitido esperar dentro da sucursal.

O EuroBic diz ainda que “não permite a entrada de clientes com máscara ou outra qualquer solução de proteção social que impeça o reconhecimento facial”, por questões de segurança.

O banco também não executará operações em numerário, sendo os clientes encaminhados para ATM, em regra.

O EuroBic diz por fim que todas as circunstâncias ou casos que possam constituir evidência de risco sanitário relacionado com o Covid-19 devem ser reportados à hierarquia para serem objeto de imediato tratamento adequado”.

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