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Banco central de Hong Kong intervém para defender paridade da moeda local face ao dólar

A HKMA comprou 20,02 mil milhões de dólares de Hong Kong (cerca de 2,2 mil milhões de euros) da moeda local, após sinais de que esta tocara o limite inferior da banda de negociação permitida, durante transações em Nova Iorque. Trata-se de mais do dobro do montante comprado na semana anterior (9,42 mil milhões de dólares de Hong Kong).
China Hong Kong
7 – Hong Kong
2 Julho 2025, 08h30

A Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA), o banco central de facto do território, intensificou as intervenções no mercado para defender a paridade cambial do dólar de Hong Kong face ao dólar norte-americano, numa altura de forte volatilidade.

A HKMA comprou 20,02 mil milhões de dólares de Hong Kong (cerca de 2,2 mil milhões de euros) da moeda local, após sinais de que esta tocara o limite inferior da banda de negociação permitida, durante transações em Nova Iorque. Trata-se de mais do dobro do montante comprado na semana anterior (9,42 mil milhões de dólares de Hong Kong).

A moeda de Hong Kong tem registado fortes oscilações nos últimos meses, movendo-se entre os extremos da sua banda de negociação. Pela primeira vez desde a implementação do atual regime cambial, em 2005, as autoridades foram forçadas a intervir para defender ambos os limites da banda no mesmo ano.

Estas flutuações renovam o debate sobre a sustentabilidade do regime de paridade cambial, ainda que não existam indícios imediatos de mudanças. Analistas têm discutido a possibilidade do alargamento da banda de negociação, através da indexação dólar de Hong Kong (HKD) ao yuan ou mesmo permitindo a sua flutuação livre.

Em maio, uma forte desvalorização do dólar norte-americano levou a uma procura acentuada pelo dólar de Hong Kong, forçando a HKMA a injetar liquidez no sistema financeiro para travar a valorização da moeda, que ameaçava o limite superior da banda (7,75 por dólar). A operação acabou por causar um movimento inverso acentuado, empurrando a moeda para o limite inferior da banda (7,85 por dólar).

Apesar da nova intervenção esta semana, o saldo agregado do sistema financeiro – um dos principais componentes da base monetária de Hong Kong – deverá cair apenas para 144,2 mil milhões de HKD (15,5 mil milhões de euros), mantendo ampla liquidez no mercado e custos de financiamento locais reduzidos.

Isto torna ainda atrativa a chamada estratégia de ‘carry trade’, em que investidores contraem empréstimos baratos em dólares de Hong Kong para investir em ativos denominados em dólares norte-americanos com rendimentos mais elevados. Analistas alertam que a moeda local pode, por isso, voltar em breve a testar o limite inferior da banda.

“Pode demorar tempo até que as condições de liquidez se normalizem. A intervenção continuará enquanto persistirem níveis elevados de liquidez”, afirmou Andy Ji, estratega da InTouch Capital Markets, citado pela Bloomberg.

Todas as atenções estão agora voltadas para as taxas interbancárias de Hong Kong, conhecidas como Hibor, que permanecem baixas, apesar da drenagem de liquidez da HKMA. A diferença entre a taxa Hibor a um mês e a sua equivalente nos EUA manteve-se perto de máximos históricos no início da semana.

O dólar de Hong Kong registava pouca variação hoje, sendo negociado a 7,8497 por dólar norte-americano.

A pataca de Macau (MOP) está oficialmente indexada ao dólar de Hong Kong. A taxa de câmbio é de 103,2MOP para 100HKD, com uma banda de flutuação que pode ir até 10%.

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