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Banco de Inglaterra mantém a taxa de juro e o programa de compra inalterados

Sem surpresas, e à semelhança das decisões da Reserva Federal e do Banco Central Europeu, a instituição liderada por Andrew Bailey, não alterou as principais ferramentas de política monetária.
Fachada do Banco de Inglaterra
18 Março 2021, 12h01

O Banco de Inglaterra (BoE) manteve esta quinta-feira inalteradas as principais ferramentas de política monetária, nomeadamente a taxa de juro diretora e o programa de compra de ativos, numa altura em que os principais bancos centrais estão a monitorizar a recente subida das yields das dividas soberanas.

A decisão de manter a taxa de juro diretora nos 0,1% e o programa de compra de ativos num total de 895 mil milhões de libras (cerca de 1.044 milhões de euros) foi tomada na reunião do comité de política monetária (MPC, na sigla em inglês).

“O Comité avaliou que a atual postura de política monetária continua apropriada. O MPC votou por unanimidade para manter a taxa do banco em 0,1%”, afirmou o BoE, em comunicado, adiantando que a decisão sobre o programa de compra de ativos também foi unânime.

“O MPC continuará a monitorizar a situação de perto. Se as perspectivas para a inflação se enfraquecerem, o Comité estará pronto para tomar as medidas adicionais necessárias para cumprir sua missão”, explicou. “O Comité não pretende apertar a política monetária pelo menos até que haja evidências claras de que avanços significativos estão a ser feitos na eliminação da capacidade não-utilizada e no atingir da meta de inflação de 2% de forma sustentável”.

Os investidores e analistas têm mostrado preocupação sobre a recente subida das taxas de juro das dívidas soberanas, que está relacionada com as expectativas de uma aceleração da inflação no verão,  que deverá ser causada pela reabertura das economias com o avançar dos planos de vacinação e o aumento do consumo por pessoas que pouparam durante a pandemia e ainda por cima receberam estímulos orçamentais.

Esta quarta-feira, a Reserva Federal também manteve  política monetária inalterada, enquanto na reunião da semana passada o Banco Central Europeu reconheceu o risco que a subida das yields representa para as condições de financiamento e comprometeu-se a acelerar de forma significativa o ritmo de compras no programa de emergência pandémica.

O BoE recordou que as projeções centrais que divulgou em fevereiro presumiram que as restrições relacionadas à Covid e as preocupações com a saúde das pessoas pesariam sobre a atividade no curto prazo, mas que o programa de vacinação levaria a essa flexibilização, de modo que o PIB do Reino Unido deveria se recuperar fortemente ao longo 2021 em direção aos níveis pré-Covid. Nessa altura, projetou um novo aumento do desemprego nos próximos dois trimestres, esperando que a inflação retornasse à meta de 2% na primavera e, condicionada à trajetória do mercado para as taxas de juros, projetava-se que ficasse próxima a 2% no segundo e terceiro anos do período de previsão.

“Desde essa previsão, a evolução do crescimento do PIB global tem sido um pouco mais forte do que o previsto, e o novo pacote substancial de estímulo orçamental nos EUA deve fornecer suporte adicional significativo para as perspetivas”, explicou esta quinta-feira.

Em parte reflexo disso, e juntamente com notícias positivas sobre alguns programas de vacinação, as yields das dividas soberanas de longo prazo das economias avançadas subriam rapidamente para níveis semelhantes aos observados pouco antes da pandemia, reconheceu.

“Na maior parte, isso refletiu-se nas yields reais mais elevadas. Os preços de ativos de risco permaneceram resistentes. No Reino Unido, a taxa de câmbio efetiva da libra esterlina apreciou e as condições de crédito hipotecário abrandaram um pouco”, adiantou.

[Em atualização]

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