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Banco de Inglaterra sobe juros pela 14.ª vez seguida para 5,25%

É o valor mais alto dos juros diretores desde 2008, depois de uma decisão largamente esperada. A dúvida residia apenas na magnitude da subida, com parte do mercado a preferir 50 pontos base, tal como três dos nove membros do painel de política monetária britânica.
Alessia Pierdomenico/Reuters
3 Agosto 2023, 12h19

O Banco de Inglaterra (BoE) decidiu esta quinta-feira subir as taxas de juro de referência pela 14ª vez seguida no país, colocando os juros em 5,25% perante uma inflação que continua muito acima do objetivo do banco central, embora já em queda.

A decisão era já largamente esperada, com a dúvida a residir na magnitude da subida. Parte do mercado apostava ainda em novo aumento ‘jumbo’, de 50 pontos base (p.b.), mas a precaução do banco central ditou novos 25 p.b..

O voto foi, contudo, dividido: dos nove membros do painel de política monetária, três queriam uma subida de meio ponto percentual. Na sua anterior reunião, o BoE havia subido juros nesta magnitude, surpreendendo os mercados.

Ainda assim, é o nível mais alto dos juros britânicos desde 2008, com o país confrontado com uma inflação que teima em manter-se elevada, sendo mesmo a mais alta dos G7. A leitura mais recente, de junho, revelou uma taxa homóloga de 7,9%, o que representou uma descida em relação aos 8,7% dos dois meses anteriores.

Os dados mais recentes começam a mostrar algum arrefecimento das pressões nos preços na economia britânica, embora numa fase muito menos avançada do que a zona euro ou os EUA. A inflação core no país, por exemplo, ficou em 6,9% em junho, um valor muito acima do objetivo de 2% para o indicador nominal no médio-prazo e um sinal claro de que a inflação manter-se-á elevada durante algum tempo.

A ameaça da recessão que pairava sobre o Reino Unido no final do ano passado continua, no entanto, por se materializar, dando alguma margem de manobra ao banco central para continuar o processo de aperto monetário. Quanto a indicações sobre o futuro da política do BoE, o anúncio desta quinta-feira nada adiantou.

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