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Brasil: mais de 15 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza em 2017

O levantamento usou como base de cálculo a linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até 1,9 dólares ou 1,3 euros por dia) e verificou que a população brasileira abaixo da linha da pobreza saltou de 6,6% em 2016 para 7,4% em 2017.
5 Dezembro 2018, 16h35

No Brasil, 15,2 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza em 2017, divulgou hoje um estudo divulgado pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento usou como base de cálculo a linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até 1,9 dólares ou 1,3 euros por dia) e verificou que a população brasileira abaixo da linha da pobreza saltou de 6,6% em 2016 para 7,4% em 2017.

O contingente de pessoas pobres no Brasil segundo o Banco mundial, ou seja, com rendimento de até 5,5 dólares ou 4,8 euros por dia, passou de 25,7% da população em 2016 para 26,5%, em 2017.

Em números absolutos, esse contingente variou de 52,8 milhões para 54,8 milhões de pessoas, naquele período.

O rendimento médio mensal domiciliar per capita no país que no ano passado ficou em 1.511 reais (cerca de 340 euros).

A pesquisa também verificou outros aspetos da vida dos brasileiros como a inserção no mercado de trabalho, uma das áreas mais afetadas pela crise económica que derrubou o Produto Interno Bruto (PIB) do país em mais de 7% nos anos de 2015 e 2016.

“A taxa de desocupação era de 6,9% em 2014 e subiu para 12,5% em 2017. Isso equivale a 6,2 milhões de pessoas desocupadas a mais entre 2014 e 2017. Nesse período, a desocupação cresceu em todas as regiões e em todos os grupos etários”, frisou o IBGE.

Segundo o levantamento, o trabalho informal (sem contrato de trabalho) alcançou 37,3 milhões de pessoas, o que representava 40,8% da população ocupada, ou dois em cada cinco trabalhadores do país.

“Esse contingente aumentou em 1,2 milhões desde 2014, quando representava 39,1% da população ocupada”, acrescentou a pesquisa.

Na análise sobre o sistema laboral, também foi detetado que os trabalhadores brancos ganharam, em média 2.615 reais (595 euros), valor 72,5% maior que os negros ou mulatos, que receberam 1.516 reais (344 euros).

Entre os negros ou mulatos, 13,6% estavam entre os 10% da população com os menores rendimentos.

No outro extremo, porém, apenas 4,7% deles estavam entre os 10% com maiores rendimentos no Brasil.

Por faixa de rendimento, os negros ou pardos representavam, em 2017, 75,2% das pessoas com os 10% menores rendimentos, contra 75,4% em 2016, indicou o levantamento.

A análise destacou ainda que 13% da população brasileira, ou 27 milhões de pessoas, viviam em domicílios inadequados.

Um dado positivo detetado no estudo foi verificado no setor educacional, onde a proporção de matrículas por cotas no ensino superior público triplicou nos últimos 7 anos (2009 a 2016), quando esse percentual subiu de 1,5% para 5,2%.

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