O Saudi National Bank, maior acionista do Credit Suisse, disse que a turbulência no mercado mobiliário em torno das ações do banco suíço é “injustificada”. Ammar al Khudairi, presidente daquela instituição, disse à cadeia de TV CNBC, já esta quinta-feira, que “se se olhar para como todo o sector bancário entrou em colapso, infelizmente muitas pessoas estavam apenas à procura de desculpas”.
“É pânico. Considero isso completamente injustificado, seja no Credit Suisse ou no mercado como um todo”, disse, em declarações ao programa ‘Capital Connection. Os comentários surgiram horas depois de o Credit Suisse anunciar medidas urgentes para encontrar financiamento de 50 mil milhões de francos suíços (cerca de 53 mil milhões de dólares) – consequência de uma vertiginosa queda das ações do banco. Que por sua vez foram consequência da publicação de um relatório em que o banco saudita disse que não poderia fornecer mais apoio financeiro ao Credit Suisse.
Partindo-se do princípio básico de que o banco saudita tinha facilidade em antecipar que as suas declarações sobre o Credit Suisse iriam gerar uma onda de pânico – até pela fragilidade do sector bancário no momento em causa, com o Silicon Valey Bank em pano de fundo – as palavras d presidente do Saudi National Bank parecem ser difíceis de enquadrar.
Ammar al Khudairi disse ainda que as recentes consequências do colapso do referido banco norte-americano foram diferentes da crise financeira de 2008, acrescentando que as medidas tomadas pelos reguladores dos Estados Unidos para proteger os depositantes reduziram ainda mais os temores de contágio.
“Houve um fracasso na semana passada, mas isso não está nem perto do que vimos em 2008. Este é apenas um incidente isolado, os reguladores cortaram qualquer possibilidade de contágio”, disse.
O presidente do Banco Nacional Saudita disse à CNBC que o Credit Suisse não procurou assistência financeira. “Não houve discussão com o Credit Suisse sobre a prestação de assistência”, disse. “Não sei de onde veio a palavra ‘ajuda’, não houve nenhuma discussão de qualquer tipo desde outubro”, disse. Pelo sim pelo não, o Banco Nacional Suíço já se apressou a afirmar que está disposto a fornecer liquidez ao Credit Suisse se tal for necessário, informou a instituição em comunicado conjunto com o regulador financeiro do país (FINMA). Em boa altura: é que, afinal, a ajuda foi mesmo necessária.
Mas o presidente do banco saudita insiste: “A mensagem não mudou, tem sido a mesma desde outubro”, disse. “Mesmo que quiséssemos, há muitas complicações do ponto de vista regulatório e de conformidade”. E reiterou que o banco saudita não elevará a sua participação além dos atuais 9,9%.
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