Os bancos, incluindo alguns dos maiores credores da Europa, ajudaram as empresas de combustíveis fósseis a angariar um bilião de euros dos mercados obrigacionistas globais desde o acordo climático de Paris, que estabelece o objetivo de cortar 55% das emissões dos gases de efeito de estufa até 2030, segundo uma investigação realizada pelo jornal “The Guardian”.
Numa altura em que a Europa se esforça para cumprir as metas estabelecidas para atingir a emissão zero de carbono, os maiores credores da Europa enfrentam uma pressão crescente para limitar o seu apoio financeiro a empresas de combustíveis fósseis, através de empréstimos diretos ou outras facilidades de financiamento.
A investigação do “The Guardian” concluiu que, desde 2016, altura em que cerca de 190 países concordaram numa cimeira da ONU em limitar o aquecimento global através da redução da poluição, credores como o Deutsche Bank, HSBC e Barclays continuaram a lucrar com a expansão do petróleo, gás e carvão, apoiando a venda de títulos de combustíveis fósseis.
As conclusões suscitaram preocupações entre os defensores do investimento sustentável, de que os bancos continuam a oferecer apoio financeiro ‘oculto’ às empresas responsáveis pelo aumento das emissões de carbono a nível mundial, mesmo quando se comprometem a eliminar gradualmente os empréstimos diretos para novos projetos.
Os títulos são emitidos por empresas para ajudar a arrecadar fundos para projetos específicos ou para operações gerais. Atuam como uma nota promissória entre a empresa e os investidores que compram o título. Os bancos ganham comissões subscrevendo e comercializando as obrigações aos seus clientes e outros investidores, e prestando serviços de consultoria ou administrativos. Os bancos subscritores garantem as vendas de títulos comprando-os antes de vendê-los a investidores no mercado global de títulos. Normalmente, uma única emissão de títulos envolverá a ajuda de vários bancos.
A investigação concluiu que desde o início de 2016 foram emitidos um bilião de euros em obrigações emitidas através dos mercados obrigacionista. Os grandes mutuários incluíam a empresa petrolífera brasileira, Petrobras e a empresa petrolífera russa, Rosneft.
Os principais facilitadores europeus de obrigações de combustíveis fósseis, de acordo com a investigação, foram o Deutsche Bank da Alemanha, o HSBC e o Barclays da Grã-Bretanha, e os bancos franceses Crédit Agricole e BNP Paribas.
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