A banca marcou o arranque oficial de mais uma earnings season, com os bancos como Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan e Wells Fargo a mostrarem bons números provocados pelas receitas vindas da unidade de renda-fixa (obrigações) e das receitas de juros.
O JPMorgan Chase, o Wells Fargo e o Bank of New York Mellon foram os primeiros bancos americanos a apresentarem primeiro os resultados referentes ao quarto trimestre, num dia em que também o Goldman Sachs e o Citi apresentaram as suas contas.
O JP Morgan alcançou lucros recorde de 58.471 milhões de dólares (56,9 mil milhões de euros), o que traduz um aumento de 18% em comparação com o ano anterior.
A receita líquida somou 177,5 mil milhões de dólares (172,9 mil milhões de euros), traduzindo um aumento anual de 12% .
No que respeita apenas ao quarto trimestre, o JP Morgan teve lucros de 14.005 milhões de dólares (13.636 milhões de euros), a subirem 50% face ao trimestre imediatamente anterior, findo em dezembro.
O JPMorgan Chase apresentou um forte desempenho no quarto trimestre, excedendo as expectativas dos analistas em todas as principais métricas. Segundo a XTB, o banco liderado por Jamie Dimon apresentou uma receita ajustada de 43,74 mil milhões de dólares, superando significativamente a estimativa de consenso de 42,01 mil milhões de dólares. O lucro por ação atingiu os 4,81 dólares, “demonstrando uma rentabilidade robusta”, segundo a corretora XTB que destaca que as ações do JPM estiveram a valorizar 2% durante o pré-mercado.
As principais métricas de desempenho do JP Morgan foram uma carteira de empréstimos de 1,35 biliões de dólares, correspondendo às expectativas. As provisão para perdas de crédito ascenderam a 2,63 mil milhões de dólares, valor inferior aos 3,04 mil milhões estimados, de acordo com a XTB.
A rentabilidade dos capitais próprios (ROE) atingiu os 17% (versus os 14,1% estimados). Já a rentabilidade dos capitais próprios tangíveis fixou-se em 21% (mais dos que os 17,2% estimados).
O CEO, Jamie Dimon, salientou o forte desempenho da empresa em todas as linhas de negócio, destacando a força particular nas comissões de banca de investimento (mais 49%); das receitas de mercados (mais 21%); e das receitas de pagamentos (atingindo um valor recorde de 18,1 mil milhões de dólares no ano).
O JP Morgan registou um crescimento do crédito ao consumo de dois milhões de novas contas correntes líquidas em 2024. Na gestão de ativos e património, obteve uma receita recorde de 5,8 mil milhões de dólares.
O Goldman Sachs duplicou os lucros ajudado pela banca de investimento. O banco norte-americano Goldman Sachs teve lucros de 13.525 milhões de dólares (13.131 milhões de euros) em 2024, mais 71% que no ano anterior.
No acumulado do ano, o volume de negócios total do Goldman Sachs foi de 53.512 milhões de dólares (51.195,5 milhões de euros), num aumento de 16% face a 2023.
No ano, margem financeira foi de 8.056 milhões de dólares (7.821 milhões de euros), uma subida de 27% em termos homólogos. Também no acumulado do ano, o valor das provisões para risco de crédito subiram face ao ano anterior, crescendo 31%, para 1.348 milhões de dólares (1.309 milhões de euros).
“Estamos muito satisfeitos com os nossos fortes resultados do trimestre e do ano. Encoraja-me que tenhamos alcançado ou ultrapassado quase todas as metas que tínhamos estabelecido para fazer crescer a empresa há cinco anos”, referiu o CEO do grupo financeiro, David Solomon, citado em comunicado.
Os lucros do quarto trimestre atingiram 4,1 mil milhões de dólares impulsionados pela banca de investimento, pela expansão da atividade da gestão de ativos.
As receitas líquidas somaram 13,9 mil milhões de dólares, acima dos 12,37 mil milhões esperado pelos analistas. A margem financeira subiu 75% para 2,35 mil milhões de dólares, também acima do esperado.
No que se refere às receitas de trading de obrigações, estas atingiram o valor de 2,74 mil milhões de dólares. No trading de ações, as receitas cresceram 32% para 3,45 mil milhões de dólares.
O Citi mostrou hoje resultados acima do esperado no quarto trimestre, com o seu produto bancário a subir mais de 12% face ao período homólogo do ano anterior para 19,58 mil milhões, devido à área de trading de renda fixa, cuja receita subiu 25% num ano para 3,48 mil milhões de dólares.
Os lucros do último trimestre de 2024 cresceram 60% para 2,9 mil milhões de dólares e o resultado por ação fixou-se em 1,36 euros. A receita de margem financeira cresceu 62% para 5,85 mil milhões de dólares, ainda assim abaixo das estimativas.
O ROE fixou-se em 5,4%, ainda assim acima do esperado pelos analistas.
O Citigroup teve lucros de 12.682 milhões de dólares (12.290 milhões de euros) no acumulado do ano 2024, uma subida de 37% face a 2023, anunciou hoje o banco norte-americano.
Em 2024, o Citigroup acumulou um volume de negócios de 81.139 milhões de dólares (76.664 milhões de euros), numa subida de 3% em termos homólogos, enquanto as despesas recuaram 4%, para 53.984 milhões de dólares (52.336 milhões de euros). A margem financeira ascendeu a 10.923 milhões de dólares (10.583 milhões de euros), num recuo de 1% em termos homólogos.
Citada em comunicado, a presidente executiva do Citigroup, Jane Fraser, considerou que os resultados mostram um forte desempenho e que foram ultrapassadas as metas propostas.
O rácio de CET1 do Citi situava-se nos 13,6%.
O Citi melhorou as projeções do produto bancário (receita) para 2025, para entre 83,5 mil milhões e 84,5 mil milhões de dólares.
O gigante norte-americano surpreendeu o mercado ao anunciar uma mega-operação de share buyback, no valor de 1,5 mil milhões de dólares a executar no primeiro trimestre, como parte de um programa total de 20 mil milhões de dólares.
Já o Wells Fargo & Co. apresentou resultados mistos para o quarto trimestre de 2024, com uma forte receita líquida de juros, mas alguma pressão sobre as receitas e despesas gerais. As ações da WFC subiram 2,5% nas negociações pré-mercado, segundo a XTB.
Os resultados líquidos do quarto trimestre do Wells Fargo aumentaram quase 50%, para 5,1 milhões de dólares, acima das expetativas dos analistas. O banco admite ter sido impulsionado pelas comissões mais altas na banca de investimento. Os resultados por ação ficaram em 1,43 dólares.
A receita do quarto trimestre foi de 20,38 mil milhões de dólares (ligeiramente abaixo da estimativa de 20,59 mil milhões de dólares), sendo a receita líquida de juros de 11,84 mil milhões de dólares, superando as estimativas.
O crescimento estagnado dos empréstimos no trimestre fez com que a receita se fixasse em 20,4 mil milhões de dólares – menor do que o esperado pelo mercado.
O rácio de eficiência fixou-se em 68% (pior que a estimativa de 64,9%).
Segundo a XTB, o BNY Mellon registou fortes resultados no quarto trimestre, com lucros e receitas significativamente superiores aos previstos, impulsionados por rendimentos de juros e receitas de comissões superiores às estimativas. As ações do BNY Mellon valorizaram 1,75% nas negociações pré-mercado.
Os principais destaques aqui vão para um lucro por ação (EPS) ajustado de 1,72 dólares (superior à estimativa de 1,58 dólares).
A receita total somou 4,85 mil milhões de dólares (ou seja, houve um aumento de 11% em relação ao ano anterior).
A receita líquida de juros ascendeu a 1,19 mil milhões de dólares (supera a estimativa de 1,06 mil milhões de dólares), sendo a margem financeira líquida de 1,32% (superou a estimativa de 1,17%).
O total de comissões e outras receitas somam: 3,65 mil milhões de dólares (acima da estimativa de 3,61 mil milhões de dólares).
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