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Bangladesh avança para Governo interino depois de dissolução do Parlamento

O antigo prémio nobel da Paz, Muhammad Yunis, conhecido pelo papel que desempenhou na disponibilização de microcrédito a faixas mais desfavorecidas da população, confirmou também que aceitou o pedido dos estudantes, que têm protestado no Bangladesh contra o regime da primeira-ministra, Sheikh Hasina, para ser conselheiro do Governo interino que vai ser formado no país.
6 Agosto 2024, 15h37

O Bangladesh viu o seu parlamento dissolvido esta terça-feira pelo presidente do país, Mohammed Shahabuddin. Isto deve abrir as portas para a formação de um Governo interino, refere a Reuters. O presidente do país anunciou também que o porta-voz do partido nacional do Bangladesh, Begum Khaleda Zia, que já foi um antigo primeiro-ministro, foi libertado da prisão domiciliária.

O antigo prémio nobel da Paz, Muhammad Yunis, conhecido pelo papel que desempenhou na disponibilização de microcrédito a faixas mais desfavorecidas da população, confirmou também que aceitou o pedido dos estudantes, que têm protestado no Bangladesh contra o regime da primeira-ministra, Sheikh Hasina, para ser conselheiro do governo interino que vai ser formado no país, referiu a Reuters.
Estes são os mais recentes desenvolvimentos na política do país, depois da demissão da primeira-ministra, Sheikh Hasina, que acabou por fugir do país.

A agência noticiosa recorda que, em 2011, o Governo do Bangladesh, liderado por Sheikh Hasina, tinha removido Yunis da presidência do Grameen Bank, alegando que Yunis já tinha ultrapassado a idade legal da reforma.

Em janeiro deste ano, Yunis tinha sido sentenciado a seis meses de prisão por violação das leis do trabalho, sublinhou a Reuters. Yunus e mais 13 pessoas tinham sido também indiciados por um tribunal do Bangladesh, em junho, por acusações de peculato, no valor de dois milhões de euros, relativos a um fundo de segurança social de uma empresa que Yunus tinha fundado. Yunus, acabou por não cumprir pena de prisão em qualquer um dos casos judiciais, nos quais esteve envolvido, e disse, à Reuters, que as acusações de que foi alvo “eram inventadas”.
Refira-se que o Bangladesh tem estado numa situação de instabilidade ao nível social. Os confrontos que têm existido no país provocaram 150 mortos em julho. A situação foi desencadeada depois de um grupo de estudantes ter reivindicado o fim de um sistema de quotas em cargos públicos. Em seguida, foram feitas várias reivindicações para a saída de Sheikh Hasina do cargo de primeira-ministra do país, que foi eleita para um novo mandato em janeiro, numa eleição boicotada pela oposição, referiu a Reuters.
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