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Base das Lages pode desempenhar papel reforçado na segurança do Atlântico

No âmbito da 44ª reunião da Comissão Permanente Portugal-Estados Unidos, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considera os Açores um pilar central das relações transatlânticas.
9 Fevereiro 2021, 17h21

A Base das Lages continua a ser uma infraestrutura central no que tem a ver com o relacionamento entre Portugal e os Estados Unidos, mas a sua posição estratégica permite-lhe ser muito mais que isso, assumindo um lugar de destaque no quadro da defesa do Atlântico e mais particularmente no Golfo da Guiné.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse – em audiência no Parlamento a propósito da 44ª reunião da Comissão Permanente Portugal-Estados Unidos, que gere as relações bilaterais mantidas na Base das Lajes – que “temos reforçado ao longo do ultimo ano a questões de defesa”. E recordou que “o Conselho da União Europeia aprovou um projeto piloto para o Golfo da Guiné” com o qual pretende assegurar presença permanente de uma missão europeia “em cooperação com os países do golfo da Guiné” – geografia que está identificada como uma rota do transporte global de estupefacientes e de atividade de pirataria.

Santos Silva salientou ainda que Portugal pode ser, de uma forma mais genérica, uma espécie de ‘hub’ entre a Europa, os Estados Unidos e países terceiros – e deu o exemplo da Cimeira EU-Índia, que a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia quer organizar, e que se presta a este tipo de estratégicas comuns.

A audiência serviu ainda para o Ministério dos Negócios Estrangeiros fazer um ‘up grade’ dos trabalhos da Comissão Permanente em termos da agenda comum – e onde as questões ambientais são as mais relevantes. A utilização da base por parte das tropas norte-americanas resultou na existência de muitos problemas ambientais.

Santos Silva recordou que “identificámos 41 sítios onde era necessário proceder a avaliações cuidadas. Apenas dez têm questões em aberto. Desses, cinco têm consequência menores, o que não quer dizer que sejam para esquecer, e os sítios identificados como 3001 e 5001 são muito difíceis. A visão de Portugal e dos Estados Unidos não são coincidentes”, ou seja, as conclusões saídas dos estudos de impacto ambiental do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) não são coincidentes com a análise técnica levada a cabo pela parte dos Estados Unidos.

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